agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

sábado, maio 03, 2008

Pós-Marcha

10/03/2008
Mulheres fortes com
Necessidades infindas
Cristiane e Iza
Sejam bem vindas

Sorteio pra casório
Que a mulher não tenha pane
Sejam bem vindas
Iza e Cristiane

A parede da sala de reuniões me avisa todos os dias que é proibido fumar.
Emoções nos relatos lidos: Lica, Nega e Nina.
Lica e Nega (Lissandra e Érica) participaram da Marcha Mundial das Mulheres, ou seja, tornaram prática nossa masturbação teórica.
Cada um leu dois relatórios anteriores. Tenho a impressão de compromisso crescente no decorrer dos encontros. Modificamos o programa previsto; prova de flexibilidade. Ao invés de discutir os textos, conhecemos os espaços do Marília. Nós criamos as normas, portanto parece mesmo sensato que nós as transformemos em nosso favor, que não deixemos as danadinhas nos prender. Regra é um troço fedorento. A gente cria e depois, se não ficar de olho em pé, acaba imóvel e atado com a própria invenção.
Nina demonstrou na prática a importância efetiva dos relatos. Recorreu ao dia 24 de maio de 2007 para recordar como ocorriam os procedimentos artísticos.
Os relatórios mensais. Fevereiro para Moacir. Março pra Saulo e William. Abril com Idelino e Didi. Maio de Mariana. Junho com Érica. Julho para Lica. Agosto de Nina. Setembro para Cristiane e Marcelo. Outubro fica com Patrícia. Novembro, Clóvis e Iza.
Algumas palavras, expressões e frases recorrentes que me atravessaram: brechó de memórias, labirinto temporal, fragmentação do texto, capacidade narrativa, somos irreversíveis e incontornáveis, desejos despertados, o mundo às costas das mulheres, modelo não representacional, dança pura, dança criativa.
Alguém sugeriu outra modificação do organograma. Vamos para um procedimento no próximo encontro. Patrícia guiará o trabalho corporal, com pés descalços, como ela disse. Depois, Érica conduzirá a prática. Para isso, devemos levar uma narrativa, preferencialmente, decorada, para tecê-la a partir dos objetos. Sei que haverá uma caixa e objetos. “Pandora narrativa”, me vem à cabeça esse nome acerca do exercício que Nega proporá. Agora, não sei mais. Recebi um email do Marcelo dizendo que conseguiu convites para a abertura do ECUM. O que faremos na segunda?
Haverá ou não uma pasta-arquivo coletiva?
Procedimento é diferente de experimentação, lembra Nina com tom professoral.
Tema ou forma, em qual dos dois vamos centrar nossas discussões?
Conseguimos uma data para o trabalho proposto por Patrícia: dia 06 de abril de 2008, de nove às dezessete horas, na casa da Érica. Patrícia explicou do que se trata a técnica. Seguem algumas palavras ditas por ela:
O estímulo para o movimento é o próprio movimento. Capacidade do sinestésico. Corpo e movimento como sujeito e como grupo. Trabalho expressivo através de improvisação. Atenção com a participação criadora. Tudo surge do movimento. Ação sem idéia, ou seja, fazer sem pensar antes. Tais falas me lembram o prefácio do livro de José Gil, Movimento Total. Talvez, fique aqui uma sugestão de leitura sobre o tema. Um trechinho do livro: “Só o silêncio ou o vazio permite a concentração mais extrema de energia, energia não-codificada, preparando-a, todavia, para escorrer-se nos fluxos corporais” (GIL, 2005, p.16).
Ah, no finalzinho do encontro, demos risadas com O Manifesto Masculinista.

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