agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

segunda-feira, julho 28, 2014

maninfesto-me de falta de sentido e outros devaneios. ser ou não ser, eis a questão?


segunda rodada do jogo de dados
casa sorteada: vila oeste
propositor: clóvis domingos
ação: escrever um manifesto pessoal sem saber, a princípio, o motivo. depois, ler para as pessoas na rua/metrô, aproximar-se delas. uma provocação: sem representar.



"um manifesto pessoal e não há o que falar. deixo a mão escrever o fluxo de gruta, o fluxo dos nossos corpos. opa, esbarrou alguma coisa aqui, intensidade de ondas sonoras que vêm da rua. sem pensar em pensar já é o próprio pensamento. roberto carlos tá lá fora. pela vida! pelada. pela ____________________________  porque bla la la la la la como é ter a língua na mão. desenho de letra e de corpo. desenho em vermelho e faltam 2 minutos. 2 minutos é muito tempo... agora deve faltar 1 minuto e meio e escrevo assim por extenso que é para proloooooooooooooooooongar a ____________ esqueci. prolongar a ação do gesto no tempo e deixar de manifestar-me ou manifestar-me assim. ok!"

cena 1: senhora no metrô
saio da gruta com meu manifesto em mãos. putamedo. putatesão. vila oeste, nunca fui. aproximar-me das pessoas, falar com elas. putaquepariu. será que consigo? entro no metrô e sento num banco disponível. começo a observar meus colegas "mais experientes", como será que eles vão fazer? reparo o caminho, os muros lá fora, as pessoas aqui dentro. de repente, uma senhora entra e fica em pé. a senhora quer sentar? ela balançou a cabeça que sim. olha, eu tô com dificuldade de ler esse papel, tem uma letra estranha. a senhora me ajuda? ela pegou o papel e não leu uma palavra. começo a ler pra ela, interpreto suas maneiras e receio incomodá-la. não entendi nada, ela disse. deve ser por isso que está escrito com letra confusa, comentei. parece letra de médico, concluiu. (letra de médico, escrita automática. alguns médicos prescrevem automaticamente nossos corpos?).

cena 2: senhor na banca de dvds
chegamos na vila oeste mais ou menos às 16h30, temos até as 17h por ali. a estação é cheia de corredores e passarelas que levam a um lado e outro. achei bonito, diferente das outras em que já estive. difícil escolher pra que lado ir, mas vou junto com a galera conhecida que tenho em vista. saio na rua e vejo uma banca de dvds próxima a um ponto final de ônibus. começo a ver os títulos. opa, aí não! é que eu tava mexendo na fileira de dvds pornográficos e o dono da banca logo me proibiu. se eu ler uma coisa que eu escrevi, você me deixa ver essa parte? ele só exitou e mesmo assim comecei a ler. ele e o cara do lado, um motorista esperando a hora de seu ônibus partir, fazem cara de estranhamento. o motorista sai, diz alguma coisa e eu continuo falando com o moço da banca: opa! esbarrou alguma coisa aqui. intensidade de ondas sonoras que vêm da rua. paro, olho mais fundo pra ele. dou um espaço de tempo e continuo. ele não diz nada. pergunto se posso ver os filmes. ele exita de novo e diz que sim. eu olho e digo que não gostei de nenhum, e que ele não se preocupe porque sou maior de idade. - é que mulher é mais complicado, né..

cena 3: garota na calçada
saio em outra direção. sinto-me uma trabalhadora do acaso e deixo ele brincar comigo. quero conhecer a vila oeste e os caminhos vão me levando. penso em me aproximar de algumas pessoas e não tenho coragem. observo uma casa pra alugar. quanto será o aluguel por aqui? é perto do metrô... já na avenida amazonas, uma menina vem na direção oposta. ela tem mais ou menos a minha idade e eu decido falar com ela. oi, tudo bem? pra onde você tá indo? pra lá, encontrar uns amigos. posso ir com você? é que escrevi uma coisa, quero ler e saber o que você acha, posso? pode. leio e ela diz que não entendeu nada, coisa que seu rosto já dizia antes. fico sem graça e puxo outros assuntos. ela me diz que não gosta de carnaval, que mora em salvador e não gosta do pelourinho. ela resolve parar pra esperar. sento com ela um pouco, conversamos e desconfio que já deu a hora de voltar. digo que vou pro metrô, mais cedo, perguntara a ela onde era a estação. ela se levanta e vai comigo. eu volto ao texto, digo que é louco porque às vezes nem eu entendo o que escrevi. ela me diz que às vezes, ela sente umas coisas e vai lá e escreve também. chegamos à esquina, ela me aponta o metrô e nos despedimos com um abraço.

cena 4: volta no metrô, dupla + menino + gente
entro na estação e o relógio me diz que já era hora de estar na gruta. tenho vontade de ler pra mais gente, sento ao lado de um moço e fico muda. uma moça senta ao meu lado. respiro fundo, tomo coragem e ela pega seu celular. entro no metrô e resolvo sentar entre duas pessoas que conversam. conversa vai conversa vem. isso é bom, parece que enche o estômago. muito sal, né. intrometi. ela guardou o salgadinho na bolsa e eu perguntei se ela era boa de letra, porque minha amiga me passou um papel e eu não conseguia bem ler o que estava escrito, apesar de estar curiosa e tentando muito. ela pegou o papel e logo concluiu: uma receita médica! depois de um tempo olhando: roberto carlos... fora... mais um pouco e ela disse: é alguma doença nos ossos, aqui tá dizendo ossos do corpo. mais um pouco e outras palavras desvendadas. faltam 2 minutos. 2 minutos é muito tempo... ela percebeu que não era uma receita médica: deve ser coisa de gente que estuda muito. quem estuda muito começa a falar coisa sem sentido, não é bom não, eu penso assim. eles descem na estação central.
mais um tempo e peço a outro menino, bem jovem. ele tenta ler, fica um pouco bravo porque não consegue e nesse momento há mais duas pessoas pescoçando o papel na mão dele, curiosas, tentando entender a letra. ele lê: prolongar a ação do gesto no tempo e deixar de manifestar-me ou manifestar-me assim. ok! os olhos, dele e dos pescoçudos, riem de leve e se suspendem no ar. o horto chegou. saio e faço com o corpo que tento ler. penso se isso seria representar e, ao mesmo tempo, não enxergo texto no papel, mas um emaranhado de letras que não se fixam em meus olhos.


pedir a alguém para ler, criar uma mentira para aproximação, isso seria representar? representar, no caso, seria servir-se de uma maneira talvez já capturada, banal, cotidiana, de aproximar-se de outras pessoas? e se essa mentira serve de apoio a novas conexões do meu corpo, faz com que ele habite novos espaços de relação, me desloca um milímetro que seja do que é do hábito, represento? qual tempo encadeia esses momentos que, carinhosamente, chamo de cenas? "o desejo faz correr, flui e corta". o corte é matéria do próprio fluxo. a água, por exemplo, ela flui, por natureza. se parada, dá dengue, algo se produz, mesmo numa suposta inércia. ou uma correnteza forte, uma queda bruta que desemboca num riacho estreito e sereno. não há intensidade especial, há disponibilidade para lidar com os esbarramentos dos corpos e deixar-se levar por eles. ou não. como, onde, quando? não há fórmulas. intensidade espacial, corpos são espaços rodeados por espaços, respirando espaços. um livro diz que o cinza é a cor sem personalidade porque mescla o preto e o branco. corpos performam corpos.
representar. como um ator que repete automaticamente sempre o mesmo texto, os mesmos trejeitos, no mesmo cenário? ou atuar, no sentido de estar em atividade contínua de invenção? a possibilidade de ficcionalizar o cotidiano está relacionada à produção de diferença, de modos outros de experienciar o próprio cotidiano,  à invenção de possibilidades de convívio e aproximação entre os corpos - das pessoas, objetos, animais, instituições, tecnologias, natureza, etc - diferentes daqueles traçados pela Família, pelo Estado, pelos Médicos, pelo Mercado, pela Mídia, pela Moda, pelo Amor, pelas Imagens, pelo Ego, pela Sexualidade, pela Pornografia, pela Farmácia... propor invenções. o que não quer dizer a negação de tudo o que já existe, mas escolher os agenciamentos, os conjuntos que nos convém, porque assim desejamos. inventar, coletivamente, subjetividades desviantes. para beatriz preciado, identificações como Homem/Mulher, Homo/Heterossexual, Trans/Intersexual, Masculino/Feminino, são ficções políticas vivas e encarnadas: "é possível que estejamos numa situação em que devamos, coletivamente, nos rebelar contra essas ficções políticas que nos constituem. desidentificarmo-nos politicamente delas e imaginar coletivamente outras ficções políticas que não produzam violência, que não produzam sistematicamente formas de opressão e formas de exclusão."

acaso como potencializador do pensamentocorpo. necessidade de ativar uma lógica do agir que disponibiliza o corpo a lidar com o instante já, sacar o presente ao invés de tentar entendê-lo. desentupir e entropir. pensamento sem imagem que é a própria possibilidade e dispositivo de invenção. que possibilita o não saber, o desconhecer, imergir na escuridão e por lá ficar como num exercício de descondicionar-se, já que a condição de ser é conhecer )= penso, logo existo =( , já que a condição de ser muitas vezes passa por ser humano.

cartografar a cidade, criptografar, se necessário. mapa estrangeiro, clandestino, geometria espacial caosmótica, psicotopologia: "em lugares desconhecidos posso ser outra e encontrar outra cidade", diz clarissa campolina, em seu filme notas flanantes, que tanto inspirou a proposição do jogo de dados. criar redes outras, virtumanualmente, microencontros e comunidades breves. devir disperso, anterior a fronteiras e sem pedir perdão. devir mistura, bagunçando limites, tirando tudo do seu devido lugar. e sem pedir licença.

maninfesto-me,

por corpos ambíguos, amorais, livres da fixação de territórios fronteiriços, dicotômicos, em prol da livre movimentação dos fluxos e das arquiteturas. movimento ilimitado. como ter a língua nas mãos, corpo do bricoleur, cidade bricolada. corpos des-montáveis, casas portáteis, legos esquizofrênicos. sem hierarquia de lugares de prazer e de lazer, de faculdades do pensamento (para proust, o sujeito é constituído de faculdades de pensamento diversas: intelecto, sentimento, sensação, lógica, memória, matemática, etc. e aí, há um tal pensamento puro que possibilita o esquecimento da morte e a imortalidade da alma, e que não pertence ao sujeito, pertence à arte). não são corpos neutros ou informes, são corpos que assumem a forma que querem, quando querem e porque querem. e sem pedir licença! corpo maleável, plasticamente moldável, espacialmente deslocável. descolável. corpo dançarino, caça com os ouvidos e tem ouvidos nos pés. se conecta a redes virtuais e à corrente elétrica. corpo feito de carne quente e espírito livre. de plástico e motor, osso e ferro, corações e pontes de safena. corpocidade. multiplanejada. fora dos contornos.



domingo, julho 06, 2014

Carta Irmãos Lambe-Lambe: Para não te esquecer


Carta enviada para os participantes da ação "Irmãos Lambe-Lambe". Nesse trabalho se entrelaçam: violência, afeto e memória.


"Belo Horizonte, 01 de Abril de 2014.


Prezadas companheiras

WALKÍRIA, NILDA, ESMERALDINA, ÁUREA e MARIA AUXILIADORA

Saudações Libertárias!

Há dias tenho a companhia de vocês por perto: suas imagens, trechos de suas histórias, suas lutas etc.

Hoje, 50 anos do golpe civil-militar no Brasil e ainda sabemos tão pouco do que realmente se passou, nos indignamos quase nada diante da violência do Estado que infelizmente continua até hoje. Temos uma herança de escravidão e violência desde a chegada dos colonizadores europeus que aqui cometeram um genocídio indígena e saíram impunes.

Como há muito tempo: aqui se mata. Aqui se elimina aqueles que se opõem ao autoritarismo e à mentira. Como aconteceu no caso de vocês: vidas roubadas, sonhos desfeitos, famílias separadas e vozes silenciadas.

Tenho falado de vocês cinco com pessoas com as quais convivo: amigos, familiares, parceiros do Obscena, alunos etc. Contra a estratégia do esquecimento eu RESISTO mantendo viva a MEMÓRIA de vocês, mulheres corajosas!


Chove lá fora e uma ação artístico-político-urbana (Irmãos Lambe-Lambe) que eu e Leandro preparamos, não pôde acontecer numa praça da cidade. Mas garanto que as imagens de vocês circularam hoje em muitas praças (ainda que virtuais) e se fizeram lembrança e PRESENÇA. Vocês foram “corporificadas” através dos pesquisadores do Obscena. Nessa ação tão simples, ainda que por um instante: mãe e filha se reencontraram, algumas foram acalentadas, outras “roubaram” o rosto de pessoas e os nomes de vocês foram ditos, repetidos e se somaram aos nossos.

Faço dessa minha carta um ato performático. Nessa minha escrita solitária busco a presença de vocês e de todos os torturados e mortos pela ditadura militar no Brasil.

PROCURO-ME! PROCURO-VOS!


Procuro em vocês renovar a crença e desejo de transformação social e coletiva!


Eu vos escrevo: eis uma performance viva!


Obrigado por existirem aqui, agora e sempre!


Vocês continuam vivas!

Um abraço,

Clóvis e Leandro".

sexta-feira, julho 04, 2014

festa dionisíaca II

Na postagem anterior o depoimento de Gustavo sobre o Sonoridades Obscênicas chegou num momento que leio Maffesoli e isso promove encontros e diálogos interessantes. Segue mais um trecho no qual o autor fala da festa e Dioniso como algo regenerador:

"Há sempre necessidade de tornar a representar o caos original, trazer à cena a violência fundadora, em resumo, exprimir um prazer nômade que é, sob muitos pontos de vista, regenerador.



É isso mesmo que lembra a metáfora dionisíaca: para que uma sociedade viva ou sobreviva, é necessário que, ao lado da produção ou da reprodução, possa existir alguma coisa de improdutivo. Dioniso é uma figura emblemática que não se preocupa com a ação organizada que é a economia do mundo, nem com a previsibilidade familiar que é a economia sexual. Em resumo, não trata da descendência , do que está por vir. Mas, sendo totalmente indiferente ao poder, que repousa, essencialmente, sob uma ação voltada para o futuro, sobre as coisas e as pessoas, essa atitude tem um inegável potencial, pois dá ênfase à força do presente, à intensidade que é sua, e ao fato de que, esgotando-se no ato, sem preocupação com um resultado futuro, garante, de um modo misterioso, a permanência a longo prazo de um dado conjunto".

( Sobre o Nomadismo - Vagabundagens Pós-Modernas. 2001, p.132).

terça-feira, julho 01, 2014

Sonoridades: Festa dionisíaca


Festa dionisíaca

“Antes de ir, a Nina contou que tinha um espetáculo, mas não repassei a informação pros meus amigos. Se eu tivesse dito que era "teatro", talvez eles não tivessem ido. O povo meu amigo de infância e de adolescência tem preconceito com cinema, show, teatro... Para eles o negócio é falar bobagem e tomar cerveja. Então estávamos indo para uma boate beber e dançar. E no auge da felicidade, depois de ficarmos mais soltos com a bebida e de estarmos entregue à dança, começa o show Sonoridades Obscênicas.

Os meus amigos ficaram deslumbrados desde o começo. Eu também, obviamente. Ao nosso redor, tudo era aquele momento. Girando, nós nos sentíamos livres. Nós estávamos cantando com os artistas, repetindo o que tinha sido dito, comentando, rindo. Rindo muito. "Tira a mão daí, tira a mão daí, tira a mão daí que eu tô de modess". Como eu estava meio alto, não me lembro da ordem das coisas. Mas na memória ficaram os figurinos que me remetiam a deidades, e o espaço, de fato, uma gruta. Tudo tão onírico, tão orgiástico. Tão Baco. E com aquele ar de decadência que Baco exige, uma decadência demi-monde de artistas e prostitutas, uma elegância que se desnuda a ponto de explicitar o fake da elegância e do "bom gosto". A DJ tocando o terror na dublagem, momento em que pensei no quanto aquilo podia ser visto como uma desconstrução do show da drag. A faixa sendo aberta sobre nossas cabeças, todo mundo pulando. "Eu quero é botar / meu bloco na rua". E aí a rua era nossa, mas dentro da Gruta era como se já fosse rua, tamanha a sensação de liberdade que o espetáculo trazia.

Por fim, falei aos meus amigos: "Se eu tivesse falado que era espetáculo, vocês não tinham vindo". Eles concordaram. Entretanto, aquilo era, pra eles, diferente. Diferente, suponho eu, pelo fato de ter mais afinidade com o nosso tempo. Todos nós queremos voltar, participar dessa festa de novo, ainda mais pela delícia de saber que o cardápio não será sempre o mesmo. Nesta minha primeira experiência de espetáculo, tivemos uma sexta-feira treze dia de Santo Antônio com lua cheia. O que será a próxima? Fica a expectativa".

(Depoimento de Gustavo Moreira enviado por e-mail).