agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

quinta-feira, novembro 05, 2015

Carta Lambe Vitória - finalmente publicada

Belo Horizonte, 21 de agosto de 2014. 

Prezados (as)

Quando planejamos visitar a Ocupação Vitória, nos perguntamos: o que vamos fazer lá? Ficamos indignados com o desrespeito do poder público no que se refere às questões do direito à moradia, à saúde, à educação e, principalmente aos direitos humanos e sociais.

Somos um coletivo artístico que pesquisa e atua nas ruas da cidade e busca construir relações de proximidade, afeto, diálogos e humanidades.

Organizando uma festa de nosso coletivo, nos vimos em crise: sobre o que festejar num momento tão crítico como o atual? Daí surgiu a ideia de se utilizar do pretexto da festa também para criar uma rede solidária que pudesse, de alguma forma, presentificar as lutas ocorridas nas Ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Nesta festa, pedimos aos convidados para trazerem alimentos e roupas para doação, que levaríamos no dia de nossa visita.

Então levamos o nosso desejo de estarmos fortalecendo, ainda que por pouco tempo, esse movimento tão importante e necessário. Foi um encontro bonito, de gente com gente, de alegria com coragem, de indignação com poesia, através do contato sincero.

Voltamos com os sorrisos das crianças, a sabedoria dos moradores de mais de sessenta anos, a força das mulheres e a união de jovens conscientes que alimentam essa AÇÃO DE RESISTÊNCIA. Por meio da fotografia se pôde revelar um instante de comunhão.  E uma frase nos marcou: “As crianças que nascem nesse chão já nascem lutando”.

Só com a luta há a possibilidade de VITÓRIA.

Um abraço,

Leandro e Clóvis (Irmãos Lambe-Lambe).