agrupamento independente de pesquisa cênica
Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.
São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.
Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.
A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.
segunda-feira, maio 19, 2008
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES... AS QUE NASCEM EM FEVEREIRO...relatório sobre fevereiro
a minha vagina era a água e os campos suaves...
Há algo entre as minhas pernas que não sei mais o que é...
Desde que puseram rifles... um cano de aço ... mais soldados.
Estar à margem, no sentido marginal do termo, é ficar à sombra de uma democracia feita pela maioria,
maioria esta esmagadora, que decide por muitos, que opta por todos,
deixando uma parcela esvaziada, esquecida, esmerando um lugar de voz,
algo que a represente... talvez o Espanto!
A democracia como algo bom?
Havia varas, soldados, vassouras, mais soldados...
Ouço minha pele rasgando
sons estridentes, gargalhadas... cinco em cima de mim...
A democracia elege o padrão
e deixa outros à deriva calados,
no filme de Lars Von Trier, Maderlay, os escravos preferiram a chibata à democracia,
já estavam acostumados a não questionarem e este pressuposto talvez não modificasse o redor.
Calar-se diante da ditadura imperial da maioria.
"É a democracia!" eles dizem...
outro diria "a cracia do Demo"
Ela, muitas vezes, esquece a unidade invisível do ser.
Este ser é constiuído por elementos feitos de um pouco de suor, um sangue menstrual, um bico de um seio, umas curvas macias e alongadas.
a minha vila desapareceu, secou.
eu me tornei um pus de veneno e râncor
e minha vagina era um coração pulsante
grande, com olhos, mãos e placenta,
Minha vagina está furiosa
isto forma o elemento químico extraído da costela de Adão,
Eis que surge a mulher,
esta química feita de luz que não deseja virar carbono no fogão, na faxina, no ideal materno,
e querem ter voz, uma audiência marcada com o opressor,
sem passar pelo CALA-TE, sem entrar em um molde brazilian girls ,
Esta audiência tem hora e local marcado, segunda á noite no Teatro Marília,
um grupo de pessoas que vislumbram falar, saírem do sofá confortável para investigar os elementos obscenos,
safra de alguns renegados como a carne prostituída. Investigar as abordagens dos rótulos dicionarescos que evidenciam o preconceito
Galinha! Vaca! Piranha!
desejamos falar da democracia feita por muitos
para poucos
mas é claro, é sempre mais fácil falar.
minha vagina não irá se calar
não irá embora, não nem depois, nem agora!
(trecho em vermelho extraído do monólogos da vagina)
Nenhum comentário:
Postar um comentário