agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

sábado, março 29, 2014

DANÇAR É UMA REVOLUÇÃO: Que bom te ver viva! 1 de Abril



Que bom te ver viva Nilda Maria
Que bom te ver viva Sebastião
Que bom te ver viva memória
Que bom te ver viva saudade
Que bom te ver viva luta

Que bom te ver viva vida
Que bom te ver viva viva!
 
 
 

Desta vez, em memória das mulheres que foram mortas pela ditadura e que ainda são, por seus resquícios repressivos, faremos o Dançar é uma revolução no dia 1o de abril de 2014, terça-feira, a partir das 16h, na praça Sete (na esquina/quarteirão do Psiu), em Belo Horizonte.
 

Vista-se de preto, traga seu cartaz, giz, modo de expressão.

Prepare seu set musical e seus fones de ouvido, caixinhas, batuque ou dance o som da rua ou do seu coração.


Venha, mulher, homem, essa dança é sua!

sábado, março 22, 2014

RESISTINDO EM PARALELO


O mapa, ainda em branco, gera mapa lateral. As pernas, que não acompanham o corpo, gera corpos na horizontal.Se a montanha não vem até nós, caminhamso até ela. Seus corpos maquiados, por alguns segundos, estranham a si mesmas. Me estranham, estranham a todos. O lugar muda, a rua muda, todo mundo muda.Mudou, de certo jeito, um modinho de ver. "Minha mão direita está livre", meu Deus!. "Minhas costas não estão doendo"." Eu estou me sentindo poderosa". " Eu sou mulher"."Obrigado pela oportunidade". Já que o meu corpo não pode, eu empresto as minhas idéias ao seu e a gente se conecta ao corpo do mapa, ao mapar do corpo. Construo ações paralelas que me soam na verdade, como uma ação única, que se desdobra em outros espaços como forma de se encurvar para se encontrar em outros momentos. Com elas,Resisto não desisto!Com elas, Estou dentro, em paralelo. 

segunda-feira, março 17, 2014

Os errantes

Todo nomadismo é a inauguração de um novo mundo.

Lá, aqui, ali e acolá.
Errâncias artísticas...
Acontecemos,
tecemos
com
isso
aquilo
ali
acolá
contaminAÇÕES.



Conta prá mim das tuas ações
visões
e confusões?

Por onde andou?
Com quem?
O que deslocou?
O que descolou
e te soltou
do mundo
do formalismo?

Todo novo mundo é
a inauguração de um nomadismo.

sábado, março 08, 2014

Sou mulher

"Eu não preciso ser mulher e nem ser homem. 
 Mais do que identidades,
 Estou laçado por humanidades.

 Em "Baby-Dolls: uma exposição de bonecas" como em outras ações do  Obscena, não se trata de falar de um gênero ou da mulher especificamente, mas revelar a mulher marginalizada e violentada que existe em mim, na criança, no velho, no mais macho dos machos e em vocês".  

(trecho de minha fala na Mesa de Debates "A Performance no Trabalho Autobiográfico", UFOP, 2009).
  

quinta-feira, março 06, 2014

Carta enviada aos fotografados durante a ação Irmãos Lambe-Lambe. Evento: Perpendicular - 6ª edição SESC Palladium - BH Set 2013


Para:
Belo Horizonte, 26 de novembro de 2013.
Ilustre e muy querido amigo,
Saludo!

Estamos em Belo Horizonte. Revendo as fotos e preparando as cartas para enviar. Deu saudade e vontade de lembrar... Instantes que passamos juntos e que se aproximam do íntimo, do particular. Cada vez que fazemos a ação dos Irmãos Lambe-Lambe, trabalhamos com um tema, ora relativo ao local em que estamos, ora aos sentimentos e memórias comuns. Compartilhamos o tema no contato com o fotografado para suscitar uma troca, um diálogo. Durante a 6ª edição do Perpendicular no SESC Palladium, raptamos o tema do evento – “Como resistir?”.
Saiba que foi um dos temas que mais nos propiciou uma conversa transformadora, capaz de também fazermos revelar as nossas impressões à resistência e, por meio disto, reavivarmos nossa força, nossa vontade de ser. De fugir a regra e a exceção.
De brincadeira, pegamos a metáfora do escudo. Escudo como parte de nós, heróis da resistência. Serão traços, indícios ou vestígios da infância?
Resistir? Não resistir? Suportar? Como resistir ao passado, à memória, à pressão, ao acaso, à dor, ao poder, ao tempo, no tempo, ao medo, a nós mesmos?
Se resisto... insisto.
Mande notícias! Escreva-nos!
P.S.: Talvez, hoje, uma carta seja um gesto de resistência.
Um abraço forte e fraterno dos amigos e admiradores,
Hasta luego!

Leandro Silva Acácio e Clóvis Domingos (Irmãos Lambe-Lambe)





quarta-feira, março 05, 2014

Na memória da minha pele

Minhas percepções sobre a experiência do jogo 2 para um futuro estudo:




- Ao nos dirigirmos para o metrô com os manifestos escritos me veio a sensação de que eles eram missivas/cartas para a cidade. Cartas - escritas inéditas, poéticas e singulares- para serem lidas.

- Forte a ideia de produção de um discurso pessoal (numa escrita performática) que visa a um endereçamento ( o que reforça a necessidade da presença de outros).

- Sobre a dificuldade e medo de aproximação com as pessoas no metrô: o registro corporal da civilidade social e o ato performático/interventivo como uma ação de risco e exposição. Da civilidade para a intimidade.

- A subversão ou contra-uso do espaço: ao ler para duas mulheres meu manifesto, falar do meu passeio ali ( o metrô como espaço lúdico), mostrar meu mapa e criar dialogias (ambos atuamos e rompemos o silêncio) uma forma de estranhamento se efetuou. Eu falava do meu prazer em criar textos no metrô e uma mulher me relatou sobre a dificuldade diária de se utilizar o meio de transporte. De um não-lugar para a criação de um lugar, ainda que efêmero.

- O questionamento da "utilidade" da escrita: "você é um escritor? publica isso? para quê então? " também traz um certo incômodo na abordagem.

- A tensão produzida pela escrita de algo pessoal para ser partilhado no espaço público.

- A dificuldade de se abordar as pessoas: quais estratégias? se apresentar? Ler direto e ver o que acontece? Pedir licença? Inventar alguma ficção? Medo de ser rejeitado? Possibilidade de ser rotulado como louco? Receio de ser invasivo? Receio do manifesto ser interpretado como uma "cantada?

- A conversa que é produzida após a leitura do manifesto: " nossa, que profundo! é isso mesmo! todo mundo está em seu universo, ninguém conversa aqui". Camadas de leitura. Li para três mulheres e um homem.

terça-feira, março 04, 2014

Manifesto contaminado: fone de ouvido/fome de ser ouvido

Publico meu manifesto escrito em "corpofluxo-metrô" e lido para alguns usuários:

"O celular é uma célula solitária.
 Adeus, adiar o encontro com as moléculas
 e as molecas que querem brincar.

 Estação ELDORADO?
 É o dourado
 é ouro quando alguém me escuta
 e me reconhece!

 Eu desejo mais vida aqui
 e lindos passeios para nós...

 Estação VILARINHO?
 Não.
 Prefiro: vila rindo!
 Fila indo.

 Fone de ouvido.
 Fone de ouvido.
 fone de ouvido,
 MAS QUEM TEM FOME DE SER OUVIDO?"

domingo, março 02, 2014

Um manifesto UPP: único, político e poético

Wagner Souza me repassou seu manifesto criado e partilhado na cidade em nossa última ação no metrô:

"Por uma vida menos presa
 Por passagens livres
 Por carinhos soltos
 Por afeto desvairado
 Mais beijos
 Menos armas
 Menos armaduras
 Menos julgaduras
 Por amores desarmados!"

sábado, março 01, 2014

Jogo número dois: manifesto público

Projeto: "Corpos estranhos: espaços de resistência".
Nome do jogo: Manifesto público
Local: metrô
Tema: estranhamento/aproximação
Tempo de jogo: uma hora.
Objetivos: ocupar o metrô e criar relações com os usuários.
Verbo da ação: relacionar.

INSTRUÇÕES:

- jogo corporal coletivo de atenção
- escrita de manifesto pessoal (5 minutos)
- sorteio da estação do metrô.
- leitura do manifesto para algum usuário do metrô
- tentativa de criar uma relação de proximidade/estranhamento
- não "representar"
- retorno e partilha da vivência.

Inspiração/provocação:

Vivemos de forma individualista o espaço público , o que:

"sedimentou o silêncio dos cidadãos na cidade. A rua, o trem, o ônibus e o metrô são lugares para se passar a vista, mais do que cenários destinados a conversações". (SENNET, Richard. Carne e Pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: BestBolso, 2008).