agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, junho 26, 2011

queridos amigos

curitiba. último dia.

queridos amigos,
tem sido uma experiência única. gratificante. hoje foi o último dia de oficina e essas mulheres mataram a pau! foi estonteante a força com que elas nos receberam. foi maravilhosa a intensidade da troca.
dos dias que passamos juntas só nós ao dia de hoje, dia de mostrar para as outras mulheres que moram aqui o trabalho que elas realizaram. para mostrar para suas famílias, amigas, amigos.
incrível a felicidade delas, de dizer suas palavras. suas palavras.
foi bonito de se ver.








sexta-feira, junho 24, 2011

carta aos obscênicos

 curitiba, 24 de junho de 2010
festival do teatro brasileiro - cena mineira.


queridos obscênicos,




chegamos a curitiba e chegamos bem. aqui está frio. mas a cidade é bonita e aconchegante. já começamos o trabalho e tem sido uma surpresa maravilhosa. ontem apresentamos baby dolls e tivemos um longo papo de apresentação com as mulheres do centro de regime semi-aberto. inicialmente, trabalharíamos com as mulheres que estão em regime fechado, mas isso foi mudado e vamos conseguir dar oficina os quatro dias seguidos. ontem, na conversa, as mulheres falaram coisas incríveis de suas vidas. se emocionaram. nos emocionaram. a maioria (se não, todas) têm filhos. a maioria entre 3 e 5 filhos, os quais não vêem - muitas delas - há mais de dois, há mais de cinco anos. outras, há mais de dez. a maioria está presa por tráfico de drogas. mulheres de 20 a 50 anos. de algumas, o marido está morto. ou preso.
também falamos sobre a gente, sobre quem somos. falamos de vocês. do agrupamento. para hoje, ficou a primeira parte de contato físico com elas.
inicialmente, trouxemos os tatames para a sala em que trabalharíamos. na verdade, foram preparados três espaços distintos: o espaço do tatame, o espaço da massagem e o espaço das expressões.
no primeiro - após iniciarmos o trabalho com uma mostra em slides dos trabalhos de intervenção que queríamos colocar em diálogo com elas: as mulheres painel, a classificação zoológica da mulher, corpos proibidos e somos cores e formas - pedimos que elas se deitassem e induzimos a uma respiração profunda e a um relaxamento corporal. aos corpos, começamos a oferecer estímulos sensoriais para elas: cheiros, sabores, texturas, sonoridades...
ao mesmo tempo, lissandra escolhia uma e a conduzia para o espaço de massagem. ali, de olhos vendados, elas tinham os pés mergulhados numa bacia de água morna e massageados. no ar, o incenso. nos ouvidos, melodias suaves.
no terceiro espaço, para o qual elas iam depois de um tempo de experiências sensoriais - no primeiro ou no segundo espaço ou em ambos - vários materiais à disposição: canetas, papéis, revistas, papelão, câmera de vídeo, gravador, câmera fotográfica... produzir a experiência. transformá-la em matéria, ela também. ali ficamos trabalhando um bom tempo, conversas esporádicas, piadas.



amanhã tem mais.
oba!
(não se preocupem: escrevo mais, contando tudo)
vocês adorariam estar aqui conosco! (seria lindo)
beijos
nina

segunda-feira, junho 20, 2011

Salve Padilha e Sonoridades Obscênicas - um retorno ao exercício do prazer.

15 de junho, CCUFMG - Música e Poesia
Recebemos este convite e a experiência nos aguçou: participar de um evento poético musical no qual nossas ações interventivas pelas ruas de bh foram a matéria prima para composição do 'sonoridades obscênicas'.
Clóvis nos incitou com os pontos em homenagem às entidades da rua: OS EXUS E POMBO GIRAS: Zé Pilitra, Tranca Rua e Pombo Gira Cigana... daí em diante nos somamos em nossas obscenidades, a Gruta foi nosso útero, lá onde a boemia exala pelas paredes, onde vários casais já se perderam pelo salão, lá nós nos alimentamos e concebemos esta ação em homenagem ao prazer, às delícias do povo da rua.
Há muito eu não cantava e exercitar minha voz nessa brincadeira foi um TRABALHO! Não só a voz mas a sensualidade e a versatilidade que esta Gira me solicitava. Aliás, já há algum tempo há em mim um mergulho em minha sexualidade/sensualidade, algo delicado que se apresenta como um exercício contínuo de compreensão e generosidade comigo e minhas questões desejos e necessidades.
Também por provocação de Clóvis, na Mostra do Obscena em 02 de junho, executamos a ação 'Salve Padilha' na qual caminhei pelo baixo centro com um longo véu, 7m, de cetim vermelho. Um presente nos foi dado ou o universo em toda sua perfeição nos levou até essa ação, vai saber... mas, ao chegar na Guaicurus fomos surpreendidos por um trio elétrico da CUT que comemorava o dia INTERNACIONAL DAS PROFISSIONAIS DO SEXO. Um pastor falava da história da prostituição, a profissão mais antiga do mundo. Muito eloquente, ele abordou através da Bíblia o valor destas mulheres que desafogam os anseios do mundo.
Postei-me frente a vários 'sobe e desce' ou puteiros e joguei flores para àquelas que lá em cima, de 10 em 10 minutos, acalmam os machos de nossa cidade. Senti-me também invadida, fodida, comida e esporrada, foram muitos e seus cheiros ficaram em minhas narinas, suor sexo porra e uma nota de 10 reais, ou menos... alguns me seguiam meio abobados.

Voltando ao Sonoridades, bom, soltar a voz e a sensualidade foi um exercício du karalho. Desde 2006, quando trabalhávamos um TCC da UFOP, Vozes de Ngoma, uma pesquisa sobre os cantos de terreiros de umbanda e jongueiros do interior do Rio de Janeiro, que eu não cantava...
Este exercício me trouxe um prazer tão pungente que não há mais como negar, preciso soltar a voz soltar soltar soltar... ai que delícia! Salve!

Viva a irreverência, viva o deboche, é preciso cantar por uma vida MAIS GOZOZA!

Viva a anarquia e a autonomia, é preciso ter PRAZER!

sábado, junho 18, 2011

Diário do processo de criação do SONORIDADES OBSCÊNICAS


Um pouco do processo dessa experimentação sonora e obscena...Fiz uma colagem dos e-mails trocados entre os pesquisadores.

06 de maio:

Queridos e obscenos,

Ontem conversamos sobre a participação do Obscena no Música e Poesia, que será na quarta-feira, 15 de junho, e chegamos a seguinte proposta:

- nome: Sonoridades Obscênicas ?

Pensamos em dividir em momentos e experimentar em encontro no dia 20 de maio, sexta-feira - 14 às 18h, na Gruta!

· Apresentação do Obscena, falar um pouco da nossa pesquisa

· Kasa sonora (pensamos em montar a Kasa Kianda e dela extrair os sons, a partir de seus objetos – panela, colher, plástico, etc)

· Canto – Permissão Exu

· Sinfonia de celulares

· Cidade dos afetos (leitura de trechos de cartas - microfone, samplers gravados em nosso encontro-ensaio

· Cantos xamânicos – mariri

· Funk Puta que paril que pau duro

· Término com samba na porta do CCUFMG, com chuva de pétalas vermelhas pelo janelão – Champagne

· Homenagem as Entidades da Rua. Exus, Pombagira..

Convidar Vagner (violino!!!!), Admar e Dj Black Josie

Cores: vermelho, preto e branco

Tempo: aprox. 40min, tem uma ficha para preencher com as informações técnicas e já foi combinado que seria devolvido após o dia 20.

Estudar: possibilidade de gravar o som no dia para ser ouvido depois. Ver qualidade.

Por aí...joyce

09 de maio:

a programação está quente...vamos nessa!!! Leandro

21 de maio:

Ei Pedro,
segue em anexo o formulário preenchido para a participação do OBSCENA no MÚSICA E POESIA no dia 15 de Junho no CCUFMG.

Sinopse: SONORIDADES OBSCÊNICAS propõe uma noite do ponto ao funk com chão, chão, chão, chão..... Música indeterminada. Poesia Sonora. Poesia Visual. Corpocidade. Intervenção e espaço de experimentação. O que a gente quer? Botar o nosso bloco na rua! Pqpqpd!!! Intervenção urbana?Assovia e Chupa cana!!!

23 de maio:

queridos,
foi uma delícia nosso primeiro ensaio para o Musica e Poesia!!! Muita música, som, cerveja, dança e alegria!!!

Escrevi um pouco sobre o que vivemos nesse encontro tão feliz: “experiência sonora, coletiva e colaborativa. As pesquisas aparecem: textos, cartas, idéias, sons e objetos. A parte com o salto batendo no chão (momento de Joyce) e Erica com as xícaras balançando e quase quebrando, nossa, ficou muito bom!!! Continuamos na linguagem da rua, tem uma concepção de carnaval e festa. Foi bom demais! E ainda teve cerveja!!!”

O próximo ensaio ficou marcado para o dia 03 de junho, sexta, as 14 na CASA DE PASSAGEM... e levarmos a roupa-figurino que perpasse o branco, vermelho e preto.


algumas ideias para acrescentar ao que já temos:

- acrescentar na abertura uma estrofe (ponto cantado) ao Zé Pilintra, daí há o gancho para a poesia de amor que o Saulo fala em seguida;

- na parte "quem é essa mulher" do Leandro, cabe a gente falar da mulher vaca e mulher cachorra, e que tal se Nina e Lica nos autorizassem a dizer os textos da placa? Tem tudo a ver com aquele momento punk do trabalho. O que acham?

- precisamos ter classificados de jornais, de rua, propagandas e textos e poemas sobre a cidade (pensei no Davi), seria legal falar da cidade-outdoor.

breve vamos montar um roteiro com todos as canções e sequencia de ações!!!! Leandro vc leva tuas anotações nesta quinta para nós?
vamos continuar tecendo e retorcendo esse babado!!!

e viva os DZI=CROQUETES!!!!!!!
bjos, clóvis......

23 de maio:

Crianças,

Segue anexo o roteiro do que fizemos no encontro para o música e poesia.

Como anotei tudo de forma caótica, sugiro que leiam e façam as modificações que acharem necessárias.

Clóvis, ótimas as suas novas sugestões e considerações. Vamos experimentar...

Joyce, pena, mas não consegui ouvir o anexo que você enviou - será problema do meu computador?

Salve Dzi Croquettes!!! KKK

Bjs, Leandro.


14 de junho:

Joyce amore,

te lembrar de pedir ao Admar pra levar a escaleta, e te pedir as extensões...tamu arrasando!!!!!!!

bjos, clóvis...............


oi clovito!

Ad mudou de escaleta para acordeon! rs... vai ficar lindo.

Tamu arrasando mesmo, pode deixar!

beijos, Joyce....

Obscênicos,

Gente, tem uma reportagem sobre o trabalho de hoje na net:

http://romamidialivre.com.br/o-que-fazer-para-o-jantar/sonoridades-obscenicas-no-projeto-musica-poesia/

gentem, tamu arrasando!!!!!!!

bjos, clóvis.....

Pessoal,

Entrevista do Clóvis sobre SONORIDADES agora de manhã

Amor, já fiz uma chamada no FACEBOOK com o áudio da sua entrevista.

Está publicado aqui: http://www.4shared.com/audio/dRzjeBQN/Evento_Obscenica.html

E o áudio está em anexo.

Whesney.

Foto: Whesney Siqueira



sexta-feira, junho 17, 2011

Queremos é o bloco na rua!

Botando o bloco na rua! sonoridades obscênicas

Foto: Whesney Siqueira

Entre a casa e a rua, eu quero a rua!
A noite nua, o frio. O chuvisco.
Fazer arte correndo risco...
De nem ser arte. De nem ser nada.
De ser apenas uma trepada com a vida. Com o perigo.
Uma foda interrompida por um transeunte amigo que me cobra: mas isso aí é que é a tua obra? Sem palco, na rua? Sem moldura?
É uma cidade que a gente procura.
Numa outra configuração: cidade... diversidade. Diversão!

Foto: Whesney Siqueira

Mas cadê a cidade? Cadê a rua, se tá tudo controlado?
Sorria, você está sendo filmado!
Ainda temos espaço público? Ou esse já está privatizado?
Consuma! Consuma! Consuma!
Ou então: suma!
Somos corpos proibidos! Todos nós: somos corpos proibidos.
Então fica decidido: façamos da rua a nossa casa!
Sem grade, sem grua. Porque eu quero é botar o nosso bloco na rua!
Foto: Whesney Siqueira

(texto de Clóvis Domingos)


Eu quero é botar meu bloco na rua (Sérgio Sampaio)

Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou

Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender


Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval...

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

terça-feira, junho 14, 2011

Sonoridades Obscênicas no Centro Cultural da UFMG

Acontecerá amanhã às 20:30h a apresentação de SONORIDADES OBSCÊNICAS na programação do Música e Poesia do Centro Cultural da UFMG. Vamos realizar uma experimentação/intervenção sonora, textual e visual. Reunimos alguns elementos e fragmentos de nossa pesquisa atual intitulada "Corpos públicos, espaços privados: invasões no corpo da cidade". Além dos obscênicos, teremos a participação especial dos artistas e músicos: Wagner Alves, Admar Fernandes e DJ Black Josie. Acho que vai ser uma noite divertida, colorida e obscena.

domingo, junho 05, 2011

texto: "ARTE_INTERVENÇÃO ou CENA_ACONTECIMENTO" de Denise Pedron

Vale a pena ler o texto "ARTE_INTERVENÇÃO ou CENA_ACONTECIMENTO" da artista, pesquisadora e professora Denise Pedron, publicado na seção Opinião no PORTAL DE TEATRO PRIMEIRO SINAL do Galpão Cine Horto.

A autora discute a ampliação do espaço urbano que se potencializa com as ações dos coletivos interventivos e cita, entre outros, o agrupamento Obscena.

O link é:
http://primeirosinal.com.br/artigos/arteintervenção-ou-cenaacontecimento

sábado, junho 04, 2011

Delícias 2: O corpo é uma festa

Janela sobre o corpo

A Igreja diz: O corpo é uma culpa.
A ciência diz: O corpo é uma máquina.
A publicidade diz: O corpo é um negócio.
...O corpo diz: Eu sou uma festa.

Eduardo Galeano
(Nina nos enviou esse poema por e-mail no dia 21 de Abril como uma provocação para a nossa festa).


sexta-feira, junho 03, 2011

delícias I: festa

foto: davi pantuzza

as invasões obscênicas foram uma delícia... ah! festa no boulevard arrudas! ah! simultaneidades das intervenções em cruzamentos na av. santos dumont! e sem sabermos, coincidimos com o dia nacional e internacional das putas! logo ali, na guaicurus o movimento. carro da cut, pastores "contextualizando"... como diz nega regina, a erica: e puta mesmo não tinha quase nenhuma. todas trabalhando!
pois bem. participamos da edição especial de teatro de rua do galpão convida: ocupe a cidade, para a qual foram convidados coletivos de belo horizonte que trabalham com ocupações e intervenções urbanas. nós, do obscena, o pessoal dos conectores e do paisagens poéticas.
propusemos, para esse trabalho, uma ação coletiva - na qual estaríamos todos inseridos: a festa no boulevard, no primeiro dia; e, no dia 02 de junho, a simultaneidade das ações em pesquisa no momento: kaza kianda (saulo salomão e leandro acácio), noiva vermelha: "ave padilha" (erica vilhena e clóvis domingos) e classificação zoológica da mulher (lissandra guimarães e nina caetano). essas, seguidas da proposta levantada por davi pantuzza para uma ação também coletivizada: corpos proibidos.

 foto: nina caetano

para a festa, nos propusemos a pegar o metrô, cada um em uma estação diferente, e ir até a estação santa efigênia, onde nos encontramos para fazer a festa a caminho do boulevard arrudas. para o encontro, fomos com roupas de festa, uma taça vazia de champagne e uma lanterna nas mãos e fones nos ouvidos, nos quais cada um ouviu e dançou  suas próprias músicas. a dança começou já dentro de cada vagão em que um obscênico estava. dançar sozinho sua música...
acompanhei joyce malta: eu tinha trocado os fones e trazido um que não encaixava no aparelho que eu tivera que usar de última hora. pude, então, fazer seu registro, captar o estranhamento das pessoas - até antes, ainda na plataforma de embarque, quando joyce dançava e cantarolava a música sob a melodia da qual se mexia - o interesse do senhor que a olhava, sua alegria de dançarina.
chegamos à estação de santa efigênia e já estavam lá davi, leandro, clóvis... era interessante perceber
os modos diversos como as pessoas reagiam: muitas das quais se divertindo, claro, mas nem tanto como a gente e também a moça do metrô que bailou com clóvis e lica - que, nessa altura do campeonato, já havia chegado, bem como saulo, erica e matheus silva - e o rapaz que aproveitou o encontro na estação do metrô para curtir a festa conosco, antes de correr a embarcar no seu vagão.

foto: nina caetano

conseguimos aproveitar muito a festa antes dos seguranças se incomodarem conosco. então veio um informar que não era possível "permanecer" na estação do metrô: o lugar tinha sido feito para ser de passagem. era chegar, esperar o seu vagão, pegar e ir embora. não podíamos, portanto, permanecer ali.
interessante regra que não permite ao cidadão ficar em um determinado espaço público de modo ocioso. o espaço público é um espaço de passagem, não de encontro, não de festa.
era festa! seguimos, então, com nossa festa para a passarela de santa efigênia e de lá para o bairro, por onde caminhamos até chegar à praça floriano peixoto. no caminho, estouramos champagne e também brindamos com água. dançamos, cantamos, namoramos. em nossa festa ambulante...

 foto: davi pantuzza

no caminho, algumas pessoas foram se integrando à nossa ação. de cara, nossos convidados: nildo monteiro e cláudio márcio. logo seguidos por sabrina e bete, que já estavam conosco no metrô.
no caminho, muitos encontros transitórios, com transeuntes como as pessoas do metrô ou os rapazes da praça que nos apresentaram músicas de um mc de bh.

 foto: davi pantuzza



a festa foi uma delícia. e, com certeza, essa foi só a primeira.