agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

segunda-feira, maio 26, 2008

Alguma coisa está fora da ordem

Belo Horizonte,
Segunda-feira,
19 de maio,
Teatro Marília,
Relato obscênico,
sob o ponto de vista do pesquisador/ ator,
Saulo Salomão

Princípio da pesquisa: relatórios, dia da semana, o horário, a pratica, a teoria, o lugar, os textos....

Alguma coisa está fora da ordem

Reunimos para este encontro como havia previamente combinado para esta segunda-feira do mês de maio. Daríamos prioridade para as seguintes ações:
_ Desenvolvimento e aprofundamento no estudo da “Dança Criativa” e algumas demandas burocráticas do trabalho.

Na semana anterior, foi ressaltado por alguns pesquisadores que seria necessário um maior rigor com a pesquisa do “não representacional”, que tem sido o foco de trabalho do agrupamento obscênico.

Tivemos alguns ganhos nesta empreitada.

No que diz respeito à Dança Criativa como elemento colaborador da busca do não representacional, que está sendo apropriada para servir de meio para este trabalho, conseguimos uma conduta menos expressiva/representacional nessa semana. Damos início a esse trabalho dentro da sala cheia de cadeira, mesa e outros objetos que, em princípio, poderia levar a um lugar mais representacional.

A meu ver, ocorreu exatamente o contrário, pois nos tirou de uma seqüência de exercícios já codificados que estamos desenvolvendo e que teriam que ser realizados em um local previamente programado, como o palco, que já traz toda uma carga de informações que dificultaria a chegada nesse lugar almejado.
Já o uso da sala serviu para romper e para nos decodificarmos dos lugares comuns antes explorados, forçando-nos a trabalhar dentro de uma “novidade”: não seremos mais aqueles atores que se alongam no palco, realizam movimentos que o corpo está precisando e, sim, lidam com um lugar novo que não permitiria prévio planejamento para o uso do mesmo, uma organização de como lidar com aquele lugar, fortalecendo o aqui e agora, o não programado.

Em seguida, saímos em destino à goiabeira que fica no fundo do Teatro Marília, mais uma vez lidando com um lugar “ desconhecido”. Neste trabalho da dança criativa,
encontramos com vários transeuntes do teatro. Tivemos que lidar com a chegada daquela massa de gente que descia dos ônibus e entravam no Marília e os obscênicos executando, junto a eles, sem imaginar que isso aconteceria. Foi realizado a dança criativa junto com aquele monte de gente que entrava sem perder a busca do não representacional.

Já na goiabeira, demos continuidade no trabalho, talvez possa me faltar palavras para explicar o que aconteceu ali naquele momento, mas o que é notório é que chegamos mais perto deste lugar procurado.

Um ponto que distanciou realmente desta busca foi na etapa final do trabalho. Cada um fez uma “mostra” do seu estudo ali naquele dia, e, em alguns momentos, estabeleceu-se o lugar do espectador e do atuante, distanciando do objetivo. Que os pesquisadores, que optaram em fazer sua “mostra” no próprio lugar onde estava, possam servir de exemplo mais próximo da nossa busca do não representacional.

_ Esclarecimento de algumas demandas burocráticas (impostos) do projeto “Texturas Femininas a Margem”

Alguns Pontos que estou pensando atualmente nesta pesquisa que estão fora da “ ordem”, do lugar, da dedicação, do pré estabelecido:

_ A escrita refletindo e colocando “ações” desta pesquisa,
_ A postagem dos relatos relatos
_ O Rigor com o não representacional
_ Que hora vou Gozar? (onde aplicar a pesquisa individual?).

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