agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

terça-feira, maio 27, 2008

objetos... partes de mim..

No início da prática achei difícil me encontrar no exercício, pois estava distanciado, tentando encontrar relação com a minha pesquisa, visando a uma explicação lógica para cada objeto que encontrava.
Colhi garrafas, bitucas de cigarro (nossa! Como alguns fumantes são porcos, encontrei umas cem bitucas em 15 minutos), e outros objetos que caracterizassem a mulher marginal- algo que caminhe entre o fetiche e os vícios modernos - só consegui desvincular disto quando vi um jornal sensacionalista na minha frente. quis expô-lo, sangrá-lo, cravá-lo em algum lugar...era o cartão da cidade.
Coloquei no portão do parque municipal, na lança. Alguns de pontas cabeça... sugeri dificuldade. A leitura remetia:
Travesti é assassinado", "Criança morre ao voltar de casa", acho que ainda me prendi nas palavras, mas elas soavam como um varal a ser lavado, algo exposto que pudesse contribuir com a leitura de um transeunte.
Os comentários das pessoas que passavam nas ruas era: gente doida! gente de teatro! ambientalistas!
Ouvi os relatos de pessoas dizendo que era difícil abandonar o objeto, eu senti o oposto. Queria deixar exposto: uma paisagem , algo estranho algo cotidiano.
Mariana disse que os objetos eram partes dela, acho que isto dá outro significado ao corpo, outra leitura aos detritos recolhidos na cidade grande... um lenço, uma história. Uma placa de 0,20 centavos , outra história. e outra e outra e nenhuma. Isto era esvaziar, deixar ir ...

Um comentário:

Saulo Salomão disse...

muito interesante Marcelo a sua imagem fincando os jornais na grade.
Quando vc estava com todos jornais já postados na grade e vc estava de costa para quem passava na rua ... foi um instante lindo