agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

terça-feira, dezembro 08, 2015

Cena performática apresentada no show SONORIDADES OBSCÊNICAS

Pequeno diálogo entre dois cus

Fonte dessa imagem: http://meucuelaicoocanibal2.tumblr.com/post/55918194285/o-bloco-meu-cu-é-laico-estreia-na-avenida-no


(Personagens: Cú religioso: reprimido e usa um véu sobre a cabeça. Cú laico: escrachado e usa pouca roupa. Narrador: neutro)

NARRADOR: O dia em que um cú religioso se encontrou com um cú laico na cidade:

CÚ RELIGIOSO: EU SOU UM CÚ RELIGIOSO.  A PAZ DE JESUS!

CÚ LAICO: EU SOU UM CÚ TREVOSO. QUEM QUER ME FODER?

CÚ RELIGIOSO: aqui só sai.

CÚ LAICO: aqui sai, entra, ocupa, desocupa, dança e mexe. Pode ficar à vontade!

CÚ RELIGIOSO: Mas lembre-se: você é um órgão de excreção!

CÚ LAICO: Mas não se esqueça: você é um buraco que pode sentir tesão! Já pensou nisso?

CÚ RELIGIOSO: (faz sinal da cruz): Orai e vigiai!

CÚ LAICO: Gozai, gozai, gozai! Ai, ai, ai, ai....

CÚ RELIGIOSO: Eu tenho quem me representa! Sou um cú religioso.

CÚ LAICO: e eu tenho quem me aguenta! Sou um cuzão bem guloso!

CÚ RELIGIOSO: eu já sei em quem votar na próxima eleição!

CÚ LAICO: mas ninguém fala da gente. O cú também é cidadão!

CÚ RELIGIOSO: você tem que respeitar a lei!

CÚ LAICO: Nossa, estou tão largo que nem sei se peidei!

CÚ RELIGIOSO: você tem que se converter e mudar!

CÚ LAICO: E você poderia se alegrar! Você é tão triste e fechado!

CÚ RELIGIOSO: mas dar o cú é pecado!

CÚ LAICO: vem cá, não precisa ter medo. Me dê um abraço!

CÚ RELIGIOSO: Respeita meu cabaço! Eu não posso... não posso! (Se desespera)


NARRADOR: não importa se seu cú é religioso, laico, tímido ou arregaçado! MAS O CONTROLE SOBRE NOSSO CÚ SE TORNOU UM DEBATE APAIXONADO! VAI TOMAR NO... CÚ!!!!!

quinta-feira, novembro 05, 2015

Carta Lambe Vitória - finalmente publicada

Belo Horizonte, 21 de agosto de 2014. 

Prezados (as)

Quando planejamos visitar a Ocupação Vitória, nos perguntamos: o que vamos fazer lá? Ficamos indignados com o desrespeito do poder público no que se refere às questões do direito à moradia, à saúde, à educação e, principalmente aos direitos humanos e sociais.

Somos um coletivo artístico que pesquisa e atua nas ruas da cidade e busca construir relações de proximidade, afeto, diálogos e humanidades.

Organizando uma festa de nosso coletivo, nos vimos em crise: sobre o que festejar num momento tão crítico como o atual? Daí surgiu a ideia de se utilizar do pretexto da festa também para criar uma rede solidária que pudesse, de alguma forma, presentificar as lutas ocorridas nas Ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Nesta festa, pedimos aos convidados para trazerem alimentos e roupas para doação, que levaríamos no dia de nossa visita.

Então levamos o nosso desejo de estarmos fortalecendo, ainda que por pouco tempo, esse movimento tão importante e necessário. Foi um encontro bonito, de gente com gente, de alegria com coragem, de indignação com poesia, através do contato sincero.

Voltamos com os sorrisos das crianças, a sabedoria dos moradores de mais de sessenta anos, a força das mulheres e a união de jovens conscientes que alimentam essa AÇÃO DE RESISTÊNCIA. Por meio da fotografia se pôde revelar um instante de comunhão.  E uma frase nos marcou: “As crianças que nascem nesse chão já nascem lutando”.

Só com a luta há a possibilidade de VITÓRIA.

Um abraço,

Leandro e Clóvis (Irmãos Lambe-Lambe).




domingo, outubro 25, 2015

isso foi só um fragmento, um AVIVAMENTO com a cidade

Fragmentos precários de uma experiência obscena – notas sobre corpo, cidade e tatuagens


4 dias de oficina, muitas horas de trabalho, milhões de instantes de percepção, diferentes ações na cidade, algumas imagens, pequenas descobertas, bons encontros, deslocamentos poéticos, perdas e esquecimentos e a seguir uma série de fragmentos daquilo que se produziu, se afirmou, se provocou, se criou, enfim: invenções tecidas pela generosidade dos agenciamentos coletivos:


Imagem de Paulo Maffei


- Arte na cidade: seus mal-entendidos ou bem vividos? Arte, manifestação, propaganda, loucura, vadiagem ou macumba?

- Na rua: sem curadoria, sem edital, sem galeria, sem placa-sinal. Efemeridade, sem especialidade.

- Dissenso, distende, desatende o mercado. Desobediente.

- Arte “entre”: pode entrar, pode tocar, pode falar, pode xingar, pode criar. “Arte-pode” e“arte-bode”.

- A intervenção urbana e sua arqueologia: artes visuais. A intervenção urbana e sua corpografia: artes corporais. A intervenção urbana e sua nomadologia: artes dissensuais.

- Caminhada performática: cidade vulnerável que me vulnerabiliza. Criar outros tempos e inaugurar espacialidades impensáveis.

- A cidade tatuada em seus restos abandonados no chão.

- Trabalhos de amarração. Sessão de descarrego. LaiCÚ -  grita um pedaço ateu da cidade.

- Azulejo morto é um bem precioso.

- Essa oficina está muito apolínea? Falta o deus Acaso?

- Deixei que a cidade me penetrasse.

- Um bueiro: um berreiro de nomes encontrados e vozes abafadas.

- Abraçar postes, prédios e arquitetura duras, sujas e frias da cidade. A rigidez das formas e eu louca aderindo aos corpos de pedra. Puro contraste. Louco viver. Eu era uma amante dos espaços.

- Às vezes a cidade engole a gente. Outras a gente morde um pedacinho dela. Uma relação nunca pronta. Todo dia uma tentativa de conquista e possibilidade de encontro.

- Incrível nossa capacidade de transformar um espaço numa casa construída com detalhes.

- Os moradores de rua têm muitos cachorros. Os cachorros cuidam de muitos moradores na rua.

- Como se relacionar com esses outros que já praticam a cidade? O artista não é um iluminado e não tem nada a ensinar aos outros.

- MUVUCA: centro da cidade. Con-fusão, mistura, muita gente.

- Uma placa subjetiva com mais um discurso a ocupar a paisagem urbana.

- Enquanto houver amor eles estarão fadados. Enquanto houver amor eles estarão fardados.

- DIA DA CRIANÇA INFELIZ!

- Como viver sem sentir dor. Como morrer sem sentir dor. Pergunte-me COMO! Fala que eu te escuto. Garantia absoluta.

- Como deter a velocidade das pessoas na cidade?

- Não toque sem permissão, não tem preço!

- Se você der respostas sobre as ações na cidade as pessoas te descartam mais rapidamente?

- A cidade como lugar de todo mundo e não de alguém.

- As cores gritam na cidade, mas ninguém as vê.

- Você é o trânsito com teu carro e mais quatro lugares vazios dentro dele. Todos engarrafados.

- Arte como desvio.

- Como sobreviver à invenção dessa oficina?

- “Todo mundo agora tem um carro” – reclama a classe média ressentida.

-  Vaca não é verde, é preta e branca.

- Nossos encontros no obscena também são feitos de muitas conversas.

- Hoje vivemos a ditadura da alegria.

- Existe gentileza urbana?

- “Ria para o palhaço” – ordena a mãe para seu filho doente.

- Até que ponto aceitamos a intervenção da cidade sobre nós?

- RUA: sempre um encontro acidentado, de risco, não previsto.

- Como desocupar a cidade e criar espaços de respiro?

- Como abrir espaços e não impor obras artísticas no corpo da cidade?

- “Olha aqui minhas tatuagens”- um desconhecido estirando sua pele.

-  Piquenique debaixo do viaduto, debaixo do céu azul que ilumina a cidade. Partilhar espaços, comidas, leituras e afetos. Outra forma de ocupar a cidade.

- Tão bom poder se sentar e se deitar no chão da cidade e não sentir medo.

- Tatuagens ou “atuagens” na cidade?

- Não é um decalque, é só um traçado de rena pronto para ser lambido pelo calor do espaço aberto.

- Um pique, um piquenic, um pique, uma picada no tempo objetivo e veloz que mercantiliza nossas existências.

- a gente se esbarra por aí na cidade que não (des)cansa...

- por uma política da amizade na cidade, não da familiaridade!

- isso foi só um fragmento, um momento, um acordamento, um AVIVAMENTO com a cidade.


sexta-feira, outubro 16, 2015

sigamos, amores, obscenos!
nosso fora
nosso ar
cena do corpo pelo avesso
que não para de funcionar.


segunda-feira, outubro 12, 2015

Corpos que se encontram

Fragmentos e imagens da oficina Tatuagens Urbanas- inscrições no corpo da cidade


Diferente de uma vida segregada, a vida compartilhada é uma espécie de saúde coletiva.




Da cidade vulnerável à minha vulnerabilidade na cidade.


 Imagens de Matheus Silva

sexta-feira, outubro 02, 2015

Tatuagens obscenas e primeiros rabiscos para uma experiência

Sobre essas tatuagens:

Considerar a cidade um CORPO: extenso, poroso, espaço para ser percorrido, tocado, acariciado e perfurado. Delicadas cicatrizes. Cidade: corpo repleto de tatuagens. Superfície-pele habitada por marcas, relevos, linhas, formas, grafias, cores, parte alta, parte baixa, parte erógena.

Considerar as coreografias dos passantes, seus gestos e ações, suas corporalidades, suas movimentações - rabiscos provisórios a criar diferentes camadas, velocidades e lentidões, pausas, danças automatizadas, pequenos desvios.

Considerar ações, intervenções, composições, ocupações artísticas como desenhos que tatuam PRESENÇAS, conflitos, afetos, memórias, estranhamentos nesse corpo. Tatuagens móveis e poéticas a riscar o corpo urbano e inscrever o pequeno, o sutil, o incerto, o desconhecido e o obsceno.

Imagem de  Tiago Franco

Considerar a cidade com suas cidades: a pública, a privada, a comum, a revelada, a disfarçada, a maquiada, a mapeada, a rejeitada. Tem sempre algo tatuado nessa carne. Tatuagens obscenas por ainda se fazerem atos humanos, instauração de encontros, criação de furos e fendas na parte dura desse corpo. Mas não sangra. O que escorre é sempre vida, potência, alegria, pequenas gotas e leves respiros.

Considerar essas tatuagens como tentativas de desorganizar esse organismo que se chama cidade. Numa intenCIDADE, poetiCIDADE, multipliCIDADE de pequenas ações alimentadas por utopias. Fazer amor com a cidade? Levar seu corpo a suar frio, gozar quente, gemer baixinho. 

Considerar o embate que se trava entre o orgástico e o orgânico: tecer desvios, resistências, "perder tempo para ganhar espaço", tentativa de tornar esse corpo mais vibrátil, vulnerabilizar esse corpo em sua parte adoecida para que o poder estabelecido dance novas paisagens. Desproteger certezas, caminhar mais tranquilo, subverter os discursos de medo e os imperativos do consumo, criar uma cidade lúdica e possível, ainda que momentaneamente.

Considerar esse corpo da cidade como um corpo sujo e se sujar com ela e nela. Ações para se tatuar e depois apagar. Possibilitar o comum, o singular, a fresta, a festa, o sensível em meio ao invisível. Não impor nada. Mas com-por, dispor, despudorar. Perder espaço para ganhar presença. 

Considerar e recuperar essa ideia de tatuagem como algo marginal: inscrições nos corpos dos navegadores, viajantes e piratas. Sinais de uma vida outra  que corre paralela ao cotidiano ordinário. Há uma pirataria submersa nesse mar aparentemente controlado. Trazer nossos navios para o espaço. São de papel, fragilidade pura, não para conquistar espaço, mas para colorir e tentar criar heterotopias.

Considerar esse corpo-cidade sempre por se fazer. E nessas ações poéticas somos o lado perdedor. Perder autoria para dialogar com as pessoas e espaços. Perder o lugar de artistas para nos vulnerabilizarmos como cidadãos. Cantar para a cidade "quero ficar no teu corpo feito tatuagem, prá te dar coragem quando a noite vem..." E com medo sempre reiniciamos!

quarta-feira, setembro 30, 2015

terça-feira, junho 30, 2015

Desconforto novo para problema antigo

Série de ações do programa performativo: “Desconforto fresco para problema antigo”.


Tudo começou de conversas sobre o momento atual: violência, intolerância, policiamento do pensamento. Desejo urgente de manifestações para questões que nos incomodam. Serão tempos obscuros e perigosos? A banalidade do mal? O que a arte como ação política tem a ver com tudo isso? Pequenas performances contra a barbárie. O que te incomoda? Sair dos nossos cômodos para habitar nossos incômodos.

Programa: Cada obsceno escolhe algum fato/tema/questão atual que o incomoda. Crie uma ação/proposição individual ou coletiva. Traga materiais para a realização da ação.

No encontro seguinte, 18 de Junho fizemos uma roda de desejos e partilhamos nossa táticas artivistas. Foram escolhidas três ações para serem realizadas naquela tarde.

Nina Caetano e Wagner Alves decidiram abordar a questão da violência contra as mulheres e os homossexuais. Tatuar pela força da escrita no corpo da cidade os nomes, imagens e textos sobre vítimas. Eu propus uma ação coletiva sobre a possibilidade da vadiagem, da preguiça, da recusa à ideologia da produtividade ininterrupta.


Escritas da revolta



Uma mulher parou para ler um texto-manifesto de Nina e afirmou: “essa pessoa deve estar muito revoltada”. No chão, nas paredes, nos postes da rua, escritas de revolta e memória. Cruzes com nomes de mulheres assassinadas. Ação como exumação. Retirar momentaneamente do esquecimento pessoas como eu e como nós. Não aceitar passivamente essa anestesia da nossa possibilidade de nos indignarmos. Escrita como grito, desabafo e denúncia. Tentativa de romper com nossa indiferença cotidiana. “A dor da gente não sai no jornal”.

A via crucis do menino Rafael Barbosa, morto porque queria ser estilista. Wagner caminha com a imagem da vítima. Na passarela do metrô os últimos passos até à morte. Grafar uma vida interrompida pelo preconceito e ignorância. Mais uma escrita da revolta. Mais uma cruz. Crucificados. Daí nossa revolta. “Revolvere”: do latim, revolver. Revolver injustiças, não sedimentá-las. Não deixar como estar.

Daí pequenas ações. Ações diretas: “Não esperar. Recusar aqui e agora a colocar em stand by nossa revolta de aqui e de agora, seja por respeito à lei, seja por esperara a Grande Noite, seja por confiança na lenta marcha do progresso” (Morjane Baba, 2003).


A violência da produção excessiva

Amarrados por uma corda. Corpos contidos. Estados de relaxação? Isso é vadiagem. A memória de nossa ancestralidade indígena que se negou a trabalhar e produzir para os colonizadores e foi denominada “cultura da preguiça”. Em 1838 tivemos o documento “Os Corpos dos Trabalhadores” no Pará, cuja lei criminalizava a ociosidade dos nativos e mestiços. Tornou-se pecado capital. A história do Brasil é uma história de violência. Busquei essa imagem e a trouxemos para a rua. Escutei: “quem não está hoje com a corda no pescoço”?

Eu sei quem está: o negro, a mulher, o transexual. Aqui em Pindorama a violência chegou com a colonização e depois se efetivou com a escravidão do povo africano. Continuou, séculos depois, com as ditaduras governistas e hoje se atualiza com a polícia militarizada e uma sociedade de privilégios que clama por vingança ao pedir a redução da maioridade penal e o extermínio dos pobres. Como afirma Maria Rita Kehl: temos uma longa tradição de violência social. Ela nos é tão íntima, que já se tornou naturalizada.

Entre o que foi, o que é e o que poderá ser, resta-me mais do que a utopia de uma grande mudança causada por uma pequena ação artística e de protesto, resta-me a persistência de me manifestar, de não me encolher, de não calar, de não aceitar as coisas como elas estão.








terça-feira, junho 23, 2015

Cidade e muros

O mais novo texto da jornalista e escritora Eliane Brum "Mãe, onde dormem as pessoas marrons?" vale à pena ser lido por trazer a tona a questão do espaço público e sua "condominalização". Tal leitura me lembrou a ação KASA KIANDA dos pesquisadores Saulo Salomão e Leandro Acácio.

Sim, eu acredito numa cidade sem muros e aberta aos encontros e trocas!



"Uma sociedade de muros sempre vai precisar forjar monstros para seguir justificando a desumanização e o sistema não oficial de castas. Aqueles que tentam se sentir seguros e criar seus filhos em segurança não estão inseguros porque há um outro ameaçador do lado de fora. Essa é só a aparência que mantém tudo como está. O que precisamos não é erguer muros cada vez mais altos, mas derrubá-los e nos misturarmos nas ruas da cidade".

(trecho retirado do texto de Eliane Brum. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/22/opinion/1434983312_399365.html).

sexta-feira, junho 19, 2015

VIA CRUCIS

1- Ele foi condenado a morte.

2- Ele carregou uma cruz.

3- Apedrejaram os seus sonhos.

4- Ele caiu.

5- Foi despojado de suas vestes.

6- Foi pregado na cruz.

7- Morreu na cruz.









RAFAEL BARBOSA DE MELO
14 anos

ASSASSINADO COM PAULADAS E PEDRADAS.
SONHAVA SER ESTILISTA.

quinta-feira, junho 18, 2015

conversa pelo facebook com clóvis

que delícia a ação de hj, meu lindo
do precário, do sem propósito, do despropósito

Sim. Estou mexido


Sim

Foi forte
do simples, do sutil, do pouco, do nada

Lá vem você e um texto

Kkkkkk

Do menor

os esgotados,

Sim

Isso me interessa

O pequeno

O sutil

O que não quer vencer nada

Ações mínimas
o escracho produzido no que tinha em mãos

O possível

O imanente
o leve, o casual, pequinique festivo, bobiças deliciosas, qualquer um pode fazer aquilo, o sem Especialidade

Sim. O inusitado

O experimental

O não sabido

O vivido

Envolvidos

Pronto

Temos um texto
um manifesto de menos
!!

Pronto
ótimo

Pode publicar
feito a duas mãos

Sim

Multiplicidades

Afetaçoes

Manda ver
vou copiar e colar lá!

Bacana

Tem imagens?
eu não

Vou te enviar
perfeito

Pro teu email




Fotos: Paulo Maffei