Terceiro dia de mostra – público UFOP(iano) + público INVERTIDO + transeuntes + público conhecido dos outros dias...
Antes de relatar minhas impressões sobre o dia de trabalho irei fazer meu manifesto. Depois sim colocarei meu ponto de vista acerca dos procedimentos e materiais levantados no dia.
Sim! É isso mesmo. Não estou aqui para responder nada a ninguém. Como, se eu mesma estou e me questionar todos os dias? Então é isso FODA-SE a expectativa alheia e FODA-SE ao senso burguês do ‘bem acabado’ e FODA-SE ao meu tão necessário ‘bom senso’ e FODA-SE ao tão suscitado, por mim, saliento, exercício de escuta e FODA-SE às nossas hipocrisias salutares FODA-SE. Hoje e ontem e outrora minha condição de gênero e social tem me oprimido. Sinto-me fracassada. Estilhaçado está o espelho no qual me projetava. Reúno estoicamente cada caco daquilo que construí como minha imagem de mulher. E nesse momento não sinto PRAZER nenhum em sê-la. Não sinto minha buceta latejar por homem que eu ame ou poderia amar... Meu corpo está arredio e é claro para mim o universo competitivo das mulheres. Nós competimos umas com as outras pelo homem mais bunito da festa/bar/ou coisa que o valha, mesmo que ele não seja assim tão viril... Nós competimos em nossos apetrechos sensuais. FODA-SE! É isso mesmo. E FODA-SE também os estudantes, como eu também fui e sou, às gentes finas e intelectuais, como eu também sou, que ficam com seus glossários e com seus questionários e afins aferindo o que é V ou F acerca do foram assistir. Eu não estou aqui para oferecer um produto belo e bem acabado. Eu não sou uma mulher bela e bem acabada. Sou uma mulher com estrias e gorduras localizadas. E quero dizer um FODA-SE bem grande a toda a expectativa depositada sobre mim.
EU NÃO ESTOU AQUI PARA DAR RESPOSTAS, ENTÃO FODA-SE. E FODA-SE A MINHA NATURAL AGRESSIVIDADS, QUE EU ME FÔDA DE VERDE E AMARELO.
Obrigada.
Erica Vilhena, a Nêga recém batizada de Regina.
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