Não consigo relatar a mostra sem deixar de refletir o que conversamos no dia 21 de abril, reflito quase obscessivamente por ter um desejo utópico de que as relações entre as pessoas sejam mais justas.
Ontem assisti um documentário sobre as 7 profecias dos Maias que relata alguns dos conhecimentos adquiridos por esse povo tão misterioso, entre eles o que mais me intrigou (talvez pela proximidade de datas) foi o dia galáctico. Para os Maias a nossa galáxia tem 4 ciclos de aproximadamente 5.125 anos, que os ciclos se dividem em manhã (maior proximidade da luz do universo), tarde, entardecer ou noite e madrugada, estamos agora em uma época de mudanças, nós encontramos exatamente no que eles chamam de não tempo que significa a transição entre a madrugada e o dia galáctico. Esse ciclo começou em 1999 e terminará no dia 22 de setembro de 2012, onde a humanidade escolherá se terá uma nova tomada de consciência ou partirá para a destruição completa.
Bem falei tudo isso para na verdade falar sobre o que conversamos na segunda a propósito dos debates ocorridos após a mostra, combinamos de não nos exaltarmos frente às opiniões dos espectadores, proponho então que como exercício façamos primeiro entre nós, penso que na verdade esse “ julgamento” de opiniões divergentes , essas exaltações de maior ou menor grau percorrem nossas vidas o tempo todo com as mais diversas pessoas. E não defendemos nós também a diversidade de opiniões? De modos de ser? Quando cito uma das profecias Maias acredito que estamos na melhor fase para realizarmos essas mudanças, não falo em apatia mais em tolerância.
Os Maias falam especialmente sobre os cuidados (ou a falta dele) com a nossa Mãe, Terra, mas a falta não é só com ela mais também com seus filhos, e as mães que estão me escutando sabem que amar seus filhos é como amá-las duas vezes.
Já que discutimos as relações de poder dos gêneros deveríamos pensar, sobre algo que a mulher tem de sobra que é justamente o sentido de preservação, o cuidado. Esse cuidado, a meu ver, deve ser praticado por todos em seus ciclos menores primeiro, já que a transformação é gradual e pequena. Como em nós e no nosso trato interno, de que adianta falar contra um poder autoritário “masculino” se nós mesmos estamos utilizando (em maior ou menor grau) com os mais próximos de nós, isso é pura hipocrisia. Todos nós estamos sujeitos ao erro, ao mau entendimento, a má conduta e tudo mais, afinal estamos todos nos ajustando, o tempo todo! Mas é tempo de mudança e como acredito que todos a desejam para nossa sociedade, que tal começar por nós?
De qualquer forma acredito e como me foi dito por uma espectadora que a palavra debate tenha sido um pouco indigesta e mal colocada com relação às expectativas, então por que não pensarmos em uma outra dinâmica, com a platéia, como foi sugerido, ou mesmo de uma outra forma?
Essa mudança é imprescindível já que também somos nós frutos dessa nossa sociedade injusta e coerciva, somos também em maior ou menor grau em algum momento, violentos, punitivos, levianos, etc.. E como podemos falar em transformar o outro ou os outros sem antes passarmos por essas transformações? Acredito que só podemos atravessar o outro se estamos atravessados... Somos frutos de nossas praticas, não é?
2 comentários:
Infelizemente,neste instante nao terminei ainda a reflexao que escrevo sobre algumas questoes que vai de encontro á esta que você descreveu Mari.Acho que quando o teatro ou a arte contemporânea tem como característica o envolvimento do criador com o material criado,isto implica revisitar o proprio eu para a relaçao.Aliás,parece que temos pensado junto certas questões,nossas idas ao "onibus"tem sido sempre uma extensão do agrupamento, para além da arte.Tenho apredndido Muito.Viva Deus!
Maroquita! Mesmo sem saber dessas transformações citadas pelos Maias, percebo que estamos num momento crucial de nossa existência. Não CREIO EM TOLERÂNCIAS porque tal palavra não me soa tão bem assim. CREIO PIAMENTE que devemos ser justos uns com os outros e para tanto é preciso nos colocarmos sempre honestamente frente aos demais. CREIO que não deva ser de forma agressiva, mas também não CREIO na passividade caústica. Logo, sim precisamos olhar para nosso próprio umbigo antes de olharmos pro centro da Terra na qual habitamos.Também não CREIO que devamos nos responsabilizar em cumprir com expectativas do público e internas, pois cada um cria suas necessidades pessoais e vejo o quão impossível é tornar isto real... Enfim...É isso.
Postar um comentário