agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, setembro 25, 2011

O homem bomba e a mulher burka passeiam pelo centro da cidade

quinta-feira, dia 22 de setembro de 2011. Um homem bomba e uma mulher burka passeiam pelo centro da cidade. cruzam ruas, observam. às vezes eles param e apreciam algum elemento da paisagem urbana: uma loja, um carro forte, um banco, homens jogando damas na praça sete.
eles andam de mãos dadas.
de repente, ao cruzar a praça sete, eles são abordados por dois policiais militares, com arma em punho:
"mão na cabeça!" eles ordenam. o homem bomba rapidamente ergue suas mãos.
"você também!". também ergo as minhas. eles revistam o homem bomba, nos ordenam que coloquemos o rosto à mostra. pedem documentos. verificam nossa ficha criminal, fazem perguntas:
"vocês são punks?" "por que estão assim?" "o que estão fazendo?"
explicam que houve uma denúncia de punks e skin heads na praça, causando confusão. pergunto se é proibido andar vestido daquela forma, com o rosto coberto. eles dizem que não. a tensão inicial se dissipa e eles nos dispensam. mas aquilo já gerara o acontecimento: o circo já está armado na praça. as pessoas param, acercam-se, filmam e fotografam com seus celulares a cena de filme americano. a representação furando a realidade.

3 comentários:

daniela disse...

Nossa Nina,
qdo vi as fotos postadas essa semana se nao me engano, em outro blog do obscena que nem conhecia, aquilo me causou tantos pontos de interrogaçao na cabeça!
vejo algumas mulheres vestindo burka por aqui, alias burka mesmo acho q devo ter visto so umas 2 vezes, é proibido pela lei aqui qquer pessoa andar de rosto coberto. E eu moro no departamento de seine saint-denis, é o departamento que mais tem estrangeiros na França, e a bukca sempre me incomoda, muito. E é tanta coisa q ta envolvida naquela roupa q da um no na minha cabeça alem do coraçao disparado. Fiquei curiosa, é proibido pela lei brasileira andar de rosto coberto?

Saulo Salomão disse...

algo deve ter `atrapalhado` o funcionamento da praça, em tempos de greve de professores que por sinal hoje estão acampados na assembléia legislativa de MG, por melhorias na sua carreira e se não basta- se, poucos dias depois de revivermos o 11 de setembro, encontrar com esse casal deve ter sido mesmo um pouco confuso . e como dizia chacrinha : ``eu não estou aqui para explicar nada, estou aqui para confundir ``

Erica, a Nêga Regina. disse...

eu subia atrás do casal quando vi o PM com a arma apontada para Leandro, achei a cena quase digna de Tropa de Elite e o mais engraçado é a reação das pessoas ao redor, num clamor de colônia: _se fosse nos EUA ou na Inglaterra, eles estariam mortos já ou presos pelo menos!os transeuntes sacam seus celulares e registram a cena, eu fico ao lado do policial com a arma, ele vez em quando me olhava no canto do olho. tanto ele quanto o outro ficaram tensos e confusos com a situação, um deles soltou que podia ser o FIT, kkkk, podia mesmo, kkkk!