agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

quarta-feira, setembro 16, 2009

DEAMBULAÇÕES OBSCENAS- UMA NOVA PESQUISA

Trata-se de minha nova pesquisa dentro do agrupamento Obscena. Agora em 2009 fui um ativo participante e pesquisador-espectador de vários trabalhos dos artistas do agrupamento. Percebo que "deambulei" muito, isto é, caminhei e andei atrás, em torno, longe e perto, pelas variadas experimentações que aconteceram na cidade e pude ser atravessado pelos fluxos e refluxos dessas interrupções performativas. Principalmente o "BABY DOLLS" foi um território muito potente de novas questões e investigações. Daí muitas trocas, relatos e produção de novas perguntas.

Com as questões vivenciadas no e pelo Obscena tenho deambulado pela UFMG e mais precisamente em meu projeto de mestrado. Em variadas trocas com outros grupos artísticos e de pesquisa cênica tenho "raspado" muitos conceitos, dúvidas e inquietações. Enfim, no ato de deambular de lá para cá, em todos e vários sentidos, o Obscena se faz presente, se faz encontro, se faz lugar de produção de novas subjetividades e construção de relações coletivizadas.

Na deambulação se encontra o OUTRO, o diferente, o acaso, o risco e o obsceno. Nas palavras de LACAN : "IR ALÉM DA CENA, NÃO É VER MAIS, MAS SE TORNAR OBSCENO." Não temer ou se defender das multiplicidades ou acontecimentos que escapam da lógica do sentido, ou então, estão em outras lógicas com ou sem sentido. Há de se reiventar novas formas.

Duas deambulações me atravessam:
- as pesquisas do Obscena
- a intervenção artística com as jovens do São Jerônimo. Aqui recupero minha pesquisa anterior sobre o feminino e a escuta dele, no caso agora, através da juventude. Aqui se mesclam pensamentos artísticos, estéticos e meus estudos de psicanálise.

Meu desafio : como estar dentro e fora do agrupamento? Como ser um espectador-pesquisador?
O que fica de uma ação performativa na cidade? O que o Obscena faz hoje é performance, teatro ou é o quê? Como espectador posso interferir també? Enfim.....acho que é isso.

Eu também entendo que o transeunte da cidade quando se depara com uma ação do Obscena age e deambula de alguma forma. Deambula nas suas percepções e leituras do acontecimento. Deambulação física, mental, cultural etc. Abrir-se a outro tipo de experiência e contato. O mesmo se daria para quem faz a ação? Haveria então uma deambulação recíproca? Ou antes uma AFETAÇÃO ou AFECÇÃO?

Deambular de lá para cá, caminhar, criar movimentos, abalar certezas, interromper, incomodar,suportar o vazio e o não-saber, perguntar. Isso está presente nas pesquisas dos obscênicos?

Nenhum comentário: