agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, outubro 19, 2008

Relato(´rio) Obscênico 19 de Outubro



Relatos Obscênicos, últimos dias de setembro e 13 de outubro.
Procedimento: CLASSIFICADOS
Marcelo Rocco, proponente.
Saulo e Didi, executantes.
O universo gay. A transexualidade. A prostituição. As drogas. O álcool. O submundo. O preço das coisas e das pessoas coisificadas: está tudo nos classificados.
Seres humanos à venda. E no momento final, quando Saulo e Didi já não podiam e tinham condições de arcar com mais nenhuma representação desponta o humano. Numa ação a principio sórdida mas extremamente forte e rica: Didi de pernas para o alto e bunda arreganhada e Saulo a entuchar em seu cu a ponta do revolver: do espetáculo à confissão da memória familiar, da opressão paterna à opressão do outro em cena, o jogo que se estabelece enfim e os coloca no x da questão: quem vai comer o cu de quem? Porque no final é justamente o que fica: quem fodeu e quem foi fodido. Neste momento vejo potente a questão que se desponta na pesquisa de Marcelo. Lembro-me do tcc – boate lilás – momentos potentes como estes havia: o sorteio da putinha pelo menor preço oferecido; a bunda masculina a rebolar e os homens heteros a babar... rupturas em forma de alegoria. A carnavalização da cultura brasileira. Devemos sempre festejar mesmo sendo fodidos. Por isso ressalto essa passagem do procedimento, havia em Didi a alegria estúpida de ser fodido, a crueldade máxima: a idiotice estampada em nossos corpos carentes de afeto e alienados de si que mesmo ao serem ‘fodidos e mal pagos’ saem gabando-se, pois não há mais contato além deste e resta-nos a fudeção.
O que resta a prostituta que empina o rabo para a porta do quarto à espera de algum peão que a coma para que ela dê de comer aos filhos?
O que resta a um transexual num país como o nosso? Há assistência médica/psicológica digna?
O que resta às mães solteiras?
Estamos todos com o cano da arma no cu e não notamos.
Continuamos rindo idiotamente relevando o urgente.
FIM








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