Saída. Malinha, roupa e corpo. Caminhada até esquina. Troca como entrega. Vestir e desvestir em público. Alongar os músculos. Alertar os olhos. Caminhada. A rua pode atacar a gente. A gente pode acatar a rua. A gente pega ônibus, olha as horas, dobra esquina, reclama no trânsito, faz ocorrência, atravessa na linha, sobe degrau, circula a praça, trabalha, vai pra casa. A gente faz tudo sem saber por quê.
A gente não gosta, não conhece e não sabe novidade. A gente vai.
Sobre a mostra, precisamos de mais organização, eu acho.
Seria o mesmo sinal. Quero vender doença venérea (atravessado por Saulo). Na calcinha, na camisinha, na seringa. Quero uma calcinha de cada mulher obscena; uma que não volte mais. Rumo tomado também a partir deste diálogo com um transeunte:
É sobre doença? (espichei a calcinha)
Mas não tem nada escrito! (reaproximei a calcinha. Olhou de perto)
Ah, é sobre doença!
E a mulher, onde está? O feminino vende. O feminino atrai. Homem com elementos femininos vende doença venérea com mais facilidade. Quero realizar. Talvez em outro lugar que não Belo. O tempo que não me deixa.
Tenho sífilis, cancro mole, candidíase, herpes simples genital, gonorréa, condiloma acuminado / HPV, Linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, pediculose do púbis, hepatite b, AIDS. Quem quiser, é só descer do carro e pegar. Tem que pagar, porque nada disso eu ganhei de graça.
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