agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

quinta-feira, abril 20, 2017

a cidade polifônica

Conversas públicas

Os nossos cafés de rua têm se revelado como uma ação potente! Está se tornando um ponto de ENCONTRO! Bonito ver as pessoas voltarem para conversar, no mínimo temos umas seis pessoas que participam ativamente desde o primeiro dia. No geral as pessoas são passantes que páram e ficam um tempo com a gente!!!  Essa dimensão de CONVERSA PÚBLICA é muito bonita, presenciar a circulação de ideias e diferentes olhares sobre arte, a cidade como espaço de CONVÍVIO mesmo.... Tem algo no campo do afetivo, da experiência estética e cidadã se encontrando e nesse momento de fala e escuta somos todos ARTISTAS. De fato, a voz da rua ganha espaço e as pessoas agradecem a gente e ao SESC Palladium esse retorno de uma "communitas" mesmo, ainda que temporária. 





Em nosso terceiro café (que teve a presença de Denise Pedrón e sua caixa de surpresa) um homem de repente presenteou um rapaz com um livro! Isso é tão significativo. A senhora que vem de Santa Luzia e traz uma garrafa de chá prá compor a mesa de café, enfim, GESTOS mínimos nessa celebração coletiva. Uma mulher cadeirante que foi ao cabeleireiro no centro e de repente descobre o café e vem nos contar sua experiência de não acessibilidade nos espaços públicos e culturais.  E nós, propositores e artistas, de fato AFETADOS com perguntas tão importantes, e mais: questões sem fim, mas que tornam o fazer artístico mais poroso aos contatos. Não é apenas a ideia de recepção, prá mim é PRODUÇÃO no campo da arte, do pensamento, da política, da cidade, dos espaços culturais. Uma criação de um corpo coletivo, espaço de trocas, debates, liberdade de estar, sair, comer, levantar, atravessar a roda... Falar e não falar.

A comunicação urbana é potencialmente visual e principalmente informativa. Existem as narrativas da cidade e sobre a cidade, como existem as narrativas dos habitantes. Do anúncio de vendas ao CONVITE para uma conversa, prosa com café! O deslocamento do doméstico para a via pública numa ocupação-LUGAR sem portas ou paredes. Todos podem se aproximar!!!! Todos podem falar. Cidade falada e escutada. Multidão de murmúrios, expressões, ruídos e textos:

“Das polifonias urbanas. Múltiplas vozes, até mesmo dissonantes, que desenvolvem uma criatividade não subalterna e que deve empurrar para a frente, que não é quieta e nem se acomoda. O paradigma inquieto de uma cidade que deve ser vivida de dentro e de fora”. (Cidade Polifônica. Massimo Canevacci, 1993).



Nenhum comentário: