agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

quarta-feira, outubro 02, 2013

Ainda sobre o Sonoridades Obscênicas


Uma “conversAÇÃO” ou “conversa-sensação” com uma artista-pesquisadora sensacional, com quem tenho o prazer de estar sempre conversando e trocando: Débora Fantini. Ela escreve e pesquisa sobre arte pública, corpo, cidade, política, filosofia e manifestações artísticas periféricas.

Aqui nessa postagem faço uma colagem de nossas impressões e sensações sobre o Sonoridades Obscênicas. Uma forma de tornar pública uma pequena conversa. Desejo de proximidade com pessoas que acompanham nossa pesquisa.

27 de Setembro:

Débora, tudo bem?
e então? o que achou do sonoridades obscênicas? o que sentiu, percebeu? vamos comentar e trocar? bjos, clóvis.

28 de Setembro:

Ei!

Eu me senti muito bem no sonoridades! Foi divertido, me fez rir, cantarolar e dançarilar na cadeira, ficar alegre. Acho que tem a ver com aquela ideia de party-cipação - mesmo pra alguém que tava na plateia,sentado na cadeira.
 
A Joyce brincando com a enxada, a vassourinha, a coreografia dos mascarados, o diálogo no celular, os textos, o anjo observando de fora (de repente, eu pensei no Guernica!?), as músicas, os remixes, as tecnologias digitais, as dublagens, os cartazes, as pixações, os classificados etc etc etc Cada um, todo mundo. É tanta coisa que até me esvaziou, sabe? Não no sentido do Guernica, dessas imagens que nos esvaziam de tanto preenchimento, sem deixar lugar pra nós, pra nada. Mas de não me encher de significado. Sabe? Não me enche!

Bem, vazio também no sentido de não ter assim uma análise crítica pra fazer, pelo menos não agora (sem que possa prometer uma pro futuro). Fiquei feliz de finalmente ter visto o obscena ao vivo de novo, porque só tinha visto o baby dolls numa marcha de dia dos mulheres (se bem que também dancei no Dançar é uma revolução duas vezes, e tb foi desse esvaziamento bom).

Ah, uma coisa: acho que no sonoridades ficou mais perceptível o que é essa "forma" do agrupamento...
Beijo

Débora

28 de Setembro:

Débora querida,

obrigado pelo comentário. Você escreve tuas sensações e sensação é algo poderoso demais porque é sensibilidade e corpo. Escapa da racionalidade e pensamento crítico. Três palavras/expressões tuas me capturaram: alegria, esvaziamento e forma. Gosto de pensar nisso: alegria é potência. Esvaziado é espaço livre, inclusive a várias percepções e leituras. Livre também de uma imposição conceitual. E forma é contorno, entorno, jeito de fazer e circular. Uma forma livre e esvaziada (por isso alegre) que cada um pode ocupar de acordo com seu desejo. Tão bonito isso!!!
A imagem do GUERNICA que você menciona é muito engraçada. Busquei a imagem e ao vê-la também vi (revivi) ou "re-vi e vi" aquela noite do Sonoridades. Uma dimensão de excesso, formas, misturas, geometrias e espaços. Além de expressões, gritos, sobreposições e algo que parece que nos devora. Tudo tão junto que fica difícil ver os detalhes. Lembrei de uma expressão "recepção tátil".... será que foi isso que aconteceu com você naquela noite? A experimentação sonoro-corporal perfurou teus poros e tua pele? Para mim foi um momento de libertação e alimento. Algo se moveu em mim, sobre mim, além de mim, com os outros, com o espaço, com a cidade, com as forças, com a vida, com a arte.
Foi uma delícia dançar com você e mais, já te encontrar descalça e tão disponível. Bailamos. Naquela "noite de baile, balé, bala,balada e bafo" certamente ficamos mais felizes!
Um abraço e obrigado pela troca, clóvis.





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