agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

terça-feira, setembro 25, 2012

TRANSE EM TRÂNSITO

Obscena + N3Ps + trânsitos performáticos 
 + sonoridades casa de encontros em noite branca e ondas ondas ondas fora da cena


um e-mail para o N3Ps...
Em 11 de setembro de 2012 16:10, Clarissa Alcantara <clarissaalcantara@hotmail.com> escreveu:


nômades 
fora dos índices dos compromissos, informados e desenformados, numa passada rápida, sem que o pensamento pese coisa alguma, queria inventar junto algo para a rede dos coletivos nesta proposta dos trânsitos performáticos feita pelo clóvis (quando obscênico).
como se produz um íntimo êxtimo em plena rua da cidade?
ou como desterrar o íntimo no êxtimo e vice-versa? 
ou como desterrorizar o íntimo-êxtimo para aterrorizar o morto-vivo da cidade? 
como transita o íntimo na cidade? no êxtimo?

um sopro que não sai de fôlego algum é respiro do mínimo.


uma resposta Viva!
Em 20 de setembro de 2012 00:58, Viviane de Cássia Ferreira <vivaraelyn@gmail.com> escreveu:



Caros Nômades, especialmente Clóvis, a quem respondo aki tb sobre a experiência com a Noite Branca:
Desinformada sobre a proposta dos Trânsitos Performáticos, porém repleta de desejos e necessidades de Desterrorizar meu Íntimo no êxtimo da  cidade, vi na proposta da Noite Branca a oportunidade de desencadear tal  processo.
Convidada para compor jto ao Obscena Agrupamento Independente de Pesquisa Cênica a obra "Área a Construir" do Grupo 
Thislandyourland (Ines Linke e Louise Ganz), integrante do evento "Noite Branca" realizado pela Fundação Clóvis Salgado, construí minha habitação temporária na área pré-determinada no Parque Municipal  Américo Renné Giannetti, de Belo Horizonte - MG na área verde sobre o grande tapete vermelho utilizado no cenário das "Sonoridades Obscências" (autorizada gentilmente pela Nina), onde tb havia dependurado um mosqueteiro de filó azul. De casa, levei meu Oráculo dos Orixás; sal grosso para proteger a área; 2 tapetes menores (um vermelho, onde me sentei e outro azul, q coloquei à frente, embaixo do mosqueteiro, para q se sentasse o/a Consulente); 2 taças rituais vermelhas para brindar o Amor; caso alguém me motivasse a fazê-lo (tenho sofrido tanto por Amor...); 1 lata preta de Whisky Jack Daniels (madrugada e vício se adoram) forrada de vermelho por dentro, onde coloquei, em homenagem a Deusa em sua face/fase sábia, anciã, Hécate, Senhora das Trevas e dos Mortos, pois estávamos na Lua Minguante e além disso aterroriza-me mtas vezes minha própria imagem de mulher + velha q tem um jovem Amor;  1 frasco de óleo essencial de flor Dama-da-Noite, enaltacendo seus mistérios de Mulher ; 1 colar de pérolas, simbolizando lágrimas de dor q enobrecem e purificam;  1 cálice de estanho com água pura, representando  o mundo dos sentimentos, o poder lunar  e a intuição;  3 moedas antigas buscando criar conexões com o mundo material e   minha antiga saia de cigana vermelha, usada em evento aberto na Praça da Liberdade, há 10 anos, idealizado por mim e entendido à época como importante Frustação.
Meu Abre-Alas em mtas coisas nessa Vida, nosso Amigo Clóvis foi o 1º a consultar as Cartas. Mostrou-se satisfeito sem exageros e garantiu-me q as pessoas não se sentiriam mal dentro do mosqueteiro q ao nosso ver trazia + magia à atmosfera. Saí da Tenda com Clóvis e bastou para q eu perguntasse a primeira pessoa  q vi: - Deseja ler a Sorte? para q os trabalhos durassem até a hora de ir embora. Sem meu costumeiro Terror de sofrer para discernir entre Loucura e Misticismo; com meu jovem Amor real dando  perdido feio na Noite Branca, repleta de lindas e jovens musas no Bosque; sem R$ 1,00 para satisfazer qualquer desejo ou necessidade; senti-me completamente íntegra no exercício de produzir um íntimo êxtimo no coração verde da Cidade. Dores, dúvidas, amores, terrores  de outros tantos, tb foram desterradas na Tenda Mágika e o trânsito entre o q está morto ou vivo, o q desejamos fazer viver ou morrer na maior parte das vezes era impossível definir. Madruga e dúvida se adoram.
Se repararam, ninguém comentou nada sobre os objetos  no improvisado altar de lata. Não senti sede, fome ou vontade de fumar, pois  Clarissa me assistiu docemente na própria Tenda e foi com ela, e depois com a nova amiga Biê, que brindei alegremente ao Amor. Estava feliz, sentia-me plena, forte e pronta para recomeçar. Os/As Consulentes pareciam encantados em ter a oportunidade de sem ter sido premeditado, fazerem gratuitamente consultas aos Orixás. Mtos aproveitaram para fazer confidências e desabafar, desterrorizar.  Um gurpo de 4 amigos entaram jtos e sentaram sobre o gde tapete vermelho. 1 por vez consultou-se embaixo do mosqueteiro. Às vezes comentavam o aviso dos Deuses, reconhcendo-os com entusiasmo como mto coerentes.Foi uma noite obscênica mágika.
Espero q isso responda em parte à provocação inicial da Clarissa e do Clóvis. Preparemos novas invasões para Desterrorizar o Íntimo no Êxtimo.
Beijo a todos com carinho e sincero agradecimento por estar em um espaço tão privilegiado como estes "autorizados" pelo N3Ps.
Viva


há que se alumbrar...
Em 20 de setembro de 2012 03:36, Clarissa Alcantara, escreveu: 

Maravilhas onde se mesclam, sem alarde, proposições VIVAs.
Desterrados desterrorizamos nosso sobrevoo silencioso e íntimo ao extremo da rua.
Assim, inauguramos o "Quarto êxtimo: a desterrorização do íntimo", em plena madrugada no parque.
Quero dizer à Viva, nômade clandestina vivaz, viajante náufraga vidente, dizer aqui e junto a todos, que seu corpoemaprocesso, corpo posto em uso e disposto ao usufruto, produtor do desejo de seu próprio acontecimento, acelara-nos em transformações imprevistas, pondo à altura dos olhos, em contato com a pele, em frequência audível, com aromas inusitados, a mais sutil provocação: este viver ao extremo, intensivamente potente em máxima fragilidade, fora do alcance das significações, produz afetações ardentemente curativas. Como funcionam pequenos milagres? O que pode esta dama da noite?

que eu alumbre
que tu alumbres
que ele alumbre
que nós alumbremos
que vós alumbreis
que eles alumbrem






2 comentários:

Clóvis Domingos disse...

Clarissa, simplesmente MARAVILHOSO!
Somos abençoados pela Beatitude dos Encontros. Que noite branca, vermelha, preta, azul e múltipla de acontecimentos. Tudo em TRÂNSITO, movimento, afetação, ritual, vida, amor e cura. Nômades obscenos sonoros e ondulantes!!!

Nina Caetano disse...

maravilha das maravilhas!