agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, junho 17, 2012

Eu vinha caminhando a pé

"Eu vinha caminhando a pé
e me deparei
com uma mulher:
pétala
padilha
partilha
pata
pede
amor...
 
 
 
pétalas
pelas
passarelas
becos
bares
banhos
cheiros
quartos,
quanto
vale 
pede
fede
o teu corpo?
 
salve
os gemidos
de vida
prazer
pétalaspérfidas
perfume
perfumam
performance
macumba
nômade
nome
vermelho
espelho
de uma cidade
erótica
erosiva...
 
quanto
fede
quanto
mede
teu
pau
de flores?
Entra
em meus buracos
junta meus cacos
 
beija minhas dores.
 
 
 
Desenha
Desdenha
cidade prenha
de corpos famintos
bucetas
pintos
patas
piranhas
poros
putas
labutas
de corpos
domesticados
que buscam
nas ruas
as vivências
nuas
dessas nossas vidas
tão cruas!!!
 
Arreda, homem
que lá vem, mulher!
Mulher Maravilha!
Salve Padilha
que
passa
desfila
brilha,
pétalas por nós..
arrasta teu véu
sob o céu
dessa cidade tesuda
que te procura
te beija
te bate
e pede cura.
 
 
 
 
somos estômago e sexo
na cidade
na guaicurus
nesse porto
nesse cais
convexo
tantos, mais
tantos ais
é bom demais
dói demais...
 
perdi o reflexo!"
 
As imagens são de Clarissa Alcantara

5 comentários:

Erica, a Nêga Regina. disse...

somos como partículas que se encontram, colidem, explodem em sinfonias singulares produtivas e coletivas ou vice-versa, enfim, somos únicos e misturados. minhas nossas suas palavras recriam possibilidades, instigam movimento ações! estamos nas ruas, fabricamos nossas situações e geramos fricções, incômodos, anseios e curiosidades. interrompemos fluxos. quebramos expectativas. e, assim escorremos de tudo aquilo que pretenciosamente possa entender de nos classificar ou massificar. axé!

Nina Caetano disse...

ah, clóvis! que delícia essa escrita, essas imagens... suas palavras trazem novamente várias sensações daquele dia, daquela ação tão forte. que bom!

Leandro Silva Acácio disse...

Bela descrição daquele dia!
Lindo, lindo, lindo!

Davi Pantuzza Marques disse...

esse t(s)exto(exo) é de quem? jurava ler nega... iluminante!

Anônimo disse...

fotos mais cinematográficas! Tem que revelar!