agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, fevereiro 13, 2011

Trocas e provocações colaborativas : " A Droga da Obediência"

Nina nos enviou um artigo da CARTA CAPITAL intitulado " A Droga da Obediência" que traz uma entrevista com a pediatra Maria Aparecida Moysés questionando o excessivo uso de ritalina para crianças e jovens estudantes no Brasil.

O mais assustador: o Brasil é o segundo maior consumidor de psicotrópicos chamados metilfenidatos, prescritos para os tratamentos de crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o famoso TDAH.

Vale a pena ler a entrevista na íntegra: http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental/a-droga-da-obediencia

Foucault tem razão: pessoas mais obedientes e dóceis não questionam nem incomodam a ninguém. Crianças medicalizadas se tornam mais obedientes e assim não dão tanto trabalho aos pais e educadores.

Sabe, Nina, o mais revoltante é que ao acalmar as crianças, tais medicações também as toxicam provocando perigosas doenças. Acalmar o quê? Não seria um desejo de reprimir a inventividade e a energia tão saudáveis da infância? Quando uma criança não aprende a culpa é somente dela?
Ou ela não seria a parte mais fraca do sistema? Ou ao não conseguir aprender como "todos aprendem" ela incomoda por trazer à cena o fracasso e a frustração humanas.

Enfim, Nina, muito esclarecedora esta reportagem que você nos enviou. Aqueles que não obedecem devem ser reprimidos tomando drogas para sossegarem e incomodarem menos ou então não deixarem transparecer as fraturas do sistema familiar, educacional e social.

Valeu, Ninon!!!!!!

Um comentário:

Nina Caetano disse...

pois é, clovito! fiquei impressionada com os números do consumo, com o modo como o diagnóstico é feito e com a toxicidade do remédio... como está mais fácil medicar do que lidar com a criança e com a participação na vida dela! falam de crianças "problemáticas" como se elas não fossem fruto do espaço e das relações em que vivem... corpos docilizados, consumo, normalização...
urge tecer formas de provocação!