Agonia - Wikipédia: Agonia é o conjunto de fenômenos que anunciam a morte (do grego agonia= luta; entende-se luta "contra a morte"). Tem duração variável e caracteriza-se pela imobilidade e alteração das feições, por estertor ruidoso de que o moribundo parece não ter consciência, perturbação dos sentidos em geral, lividez, secura da língua, fraqueza do pulso, extinção gradual do calor animal da periferia para o centro. A respiração é difícil e imperceptível, parece à primeira vista ser a última a terminar, sendo talvez por isso que geralmente se emprega expirar como sinônimo de morrer; mas, na realidade, o coração merece o epíteto que a ciência lhe deu: ultimum moriens. A agonia pode ser tranquila, mas quase sempre o moribundo é agitado por movimentos convulsivos, mais ou menos violentos: o delírio pode ser contínuo e intermitente. Um período de aparente serenidade precede o termo final. É a melhora da morte, segundo a frase popular.
Mas não, não se trata de agonia. Pelo contrário, trata-se de uma afirmação da vida, de uma resistência, de um corpo que não aguenta mais o peso das normas e dos padrões. Eis o lugar onde reside a verdadeira violência. Violência massiva sobre corpos e subjetividades. Mas que força resiste? Como inventar para si um corpo sem rosto, sem programações, livre e alegre? Na face, o que se dá é desmanche, é delírio das formas para que sobressaiam as forças. São raios, são vulcões moleculares que explodem sem significar nada. Não quer dizer nada, nada a alcançar. É simplesmente uma viagem, uma troca com aqueles corpos presentes. Escutávamos Carmen Miranda, a notável brasileira engolida pelo capitalismo, que teve seu coração infartado pelas máquinas de calcular. Redimensionando tudo, Carmen cantava para os menores que se inventam livres do peso de uma racionalidade que não dá conta de traduzir o que nossa loucura consegue tornar expresso.
Um comentário:
A vida não cabe em nenhuma palavra. A arte não cabe em nenhum conceito. Tudo transborda, respira e resiste. Tudo re-existe!
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