agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

sábado, setembro 14, 2013

Transbordamentos

AdivinhaaDiva, à convite do Conselho Regional de Psicologia, deu-se no Centro Cultural Casa África, em Belo Horizonte/MG, dia 23 de agosto de 2013.

Agonia - Wikipédia: Agonia é o conjunto de fenômenos que anunciam a morte (do grego agonia= luta; entende-se luta "contra a morte"). Tem duração variável e caracteriza-se pela imobilidade e alteração das feições, por estertor ruidoso de que o moribundo parece não ter consciência, perturbação dos sentidos em geral, lividez, secura da língua, fraqueza do pulso, extinção gradual do calor animal da periferia para o centro. A respiração é difícil e imperceptível, parece à primeira vista ser a última a terminar, sendo talvez por isso que geralmente se emprega expirar como sinônimo de morrer; mas, na realidade, o coração merece o epíteto que a ciência lhe deu: ultimum moriens. A agonia pode ser tranquila, mas quase sempre o moribundo é agitado por movimentos convulsivos, mais ou menos violentos: o delírio pode ser contínuo e intermitente. Um período de aparente serenidade precede o termo final. É a melhora da morte, segundo a frase popular.

Mas não, não se trata de agonia. Pelo contrário, trata-se de uma afirmação da vida, de uma resistência, de um corpo que não aguenta mais o peso das normas e dos padrões. Eis o lugar onde reside a verdadeira violência. Violência massiva sobre corpos e subjetividades. Mas que força resiste? Como inventar para si um corpo sem rosto, sem programações, livre e alegre? Na face, o que se dá é desmanche, é delírio das formas para que sobressaiam as forças. São raios, são vulcões moleculares que explodem sem significar nada. Não quer dizer nada, nada a alcançar. É simplesmente uma viagem, uma troca com aqueles corpos presentes. Escutávamos Carmen Miranda, a notável brasileira engolida pelo capitalismo, que teve seu coração infartado pelas máquinas de calcular. Redimensionando tudo, Carmen cantava para os menores que se inventam livres do peso de uma racionalidade que não dá conta de traduzir o que nossa loucura consegue tornar expresso.

Um comentário:

Clóvis Domingos disse...

A vida não cabe em nenhuma palavra. A arte não cabe em nenhum conceito. Tudo transborda, respira e resiste. Tudo re-existe!