agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

domingo, dezembro 04, 2011

Sobre a Mostra Obscênica de Novembro

A última mostra de pesquisas do Obscena revelou para mim a pluralidade de linguagens que começamos a investigar. A variedade de formas de se expor e relatar determinados processos criativos nos trouxe a possibilidade de investigar outros suportes artísticos , que vão além da cena e da teatralidade. Como disse Jacques Lacan: ir além da cena, não é ver melhor, é se tornar obsceno.

Em nossa ob.servação de nossas cenas e ações, obscenizamos lugares, conceitos e relações. Realizamos discussões importantes, realizamos mais uma Festa no Metrô com direito a uma confraternização na Praça de Santa Tereza e ainda realizamos mais uma vez o pocket show: SONORIDADES OBSCÊNICAS.

No dia 24 de Novembro aconteceu nossa MESAREDONDAOBSCÊNICA e Matheus trouxe um texto maravilhoso para nos brindar, um exercício de deriva dele pelos seus proprios relatos no blog, daí ele juntou, recortou, inventou e nessa deriva- AÇÃO criou um texto forte, poético e muito bonito. Davi afirmou: " Matheus trabalhou com o texto como CIDADE, espaço de andanças e de experimentação. Instituiu uma CIDADE-TEXTO, e nela passeamos..."

Depois foi a vez de Leandro que fez um percurso da pesquisa do ano, traçando as ações, os acontecimentos, os desafios e dificuldades. Projetou um singelo vídeo com as imagens do LAMBE-LAMBE. E trouxe questões importantes para discutirmos como o poder do Imaginário Social ou talvez hoje, midiático.

Joyce, em sua explanação, utilizou o som, o corpo e o material plástico. Ela começou sua partilha nos convidando a escutar o som do canto dos pássaros (som recolhido no Mercado Central) e usou a máscara com o escrito: "espaço disponível, anuncie aqui". Ela falou do desejo de continuar experimentando o "CORPO SONORO" e relatou algumas ações de se levar música para os pontos de ônibus da cidade e suas possíveis repercussões.

Davi falou das derivas pela cidade e do desejo de experimentarmos no próximo ano uma deriva de longa duração. Acho que vai ser muito interessante. Lica e Nina falaram um pouco da relação de suas pesquisas ( o universo feminino) com a aproximação com a linguagem do video/cinema.
Há o encontro entre dramaturgia e atuação. Exibiram uma célula dessa pesquisa: "A MULHER GRADE" e ficamos impressionados com a força do texto que fala da culpa e do trabalho de atuação de Lissandra. Como avaliei no início dessa postagem, estamos conquistando outros suportes artísticos.

PEQUENO INVENTÁRIO DE AÇÕES OBSCENAS PARA SE ALEGRAR A CIDADE

Esse é o nome de minha avaliação/explanação na mostra. Mas algo que é pura ação e experimentação. Um pequeno inventário de algumas ações vivenciadas, mas a serem experimentadas num outro suporte: A FOLHA DE PAPEL. Proposta de brincar com as percepções e criar intervenções plásticas e visuais com o papel, o corpo e os objetos.
.

Recuperamos ações como derivar, sujar, cantar, colorir etc. Foi muito divertido e excitante. Fizemos esse jogo na área externa (pátio) do Centro Cultural da UFMG e brincamos com o espaço, as pessoas que transitavam nele e com os corpos dos obscênicos. Jogo de criação e composição espaciais, plásticos, sonoros e corporais.

Nina falou que parecia um "jogo de memória" de nossas ações e para Wagner era como brincar de "caça ao tesouro".

SUPORTES/LINGUAGENS APRESENTADAS NA MESAREDONDAOBSCÊNICA

Matheus: literatura
Leandro: video e fotografia
Joyce: som, instalação e artes pláticas
Nina e Lica: fotografia e video
Clóvis: jogos corporais e espaciais ; artes plásticas/visuais.

2 comentários:

Nina Caetano disse...

querido,
você, como sempre, arrasa! que seria desse blog se não fosse você a alimentá-lo com nossas questões?
beijos

Clóvis Domingos disse...

Nina, que bom que você leu essa postagem! Sim, gosto muito de registrar aqui nossas ações, questões e nossas trocas.
beijos.