agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

segunda-feira, março 28, 2011

Sessão pipoca na casa da Lissandra

No sábado, nos reunimos para assistir a alguns filmes na casa de Lica. Presentes: Leandro, Davi, eu e Whesney, além da nossa anfitriã. Foi um momento de encontro, debates e troca de ideias e impressões sobre nosso tema atual de pesquisa.

Primeiramente assistimos ao vídeo "O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira" produzido pelo Itaú Cultural. No depoimento dos artistas e estudiosos, hoje na arte não haveria mais uma identidade formal, mas uma proximidade e identidade temáticas. No caso do vídeo, percebe-se que as questões do corpo contemporâneo atravessam as mais variadas obras e estéticas.

Há uma relação com o trabalho do Obscena: existe um tema que é abordado de diferentes maneiras pelos pesquisadores. Vejo Saulo e Leandro investigando a construção de uma casa a partir da coleta de objetos coletados no espaço da cidade, ao mesmo tempo que Nina e Lica continuam na problematização das caricaturas criadas sobre o corpo feminino. O poder das imagens e discursos que veiculam perigosos simulacros a domesticar o corpo da mulher. Vide a última postagem de Nina sobre o "corpo zoológico" da mulher. Então haveria um grande tema que é apropriado de forma singular pelos pesquisadores.

Depois assistimos ao filme : "1,99 - Um Supermercado que vende palavras" do Marcelo Masagão.
Uma obra impactante, sem diálogos, com imagens que nos mostram como a vida e as relações se tornaram um grande supermercado a vender desejos, palavras de ordem e falsas fórmulas de felicidade. O filme fala de fetiche, consumo, exclusão, submissão de corpos e vontades e de como a vida foi capturada pelo poder do mercado e do marketing e pela invenção de necessidades para nos sentirmos inclusos no mundo.

Mateus nos propôs há algumas semanas a leitura e discussão de um texto sobre o Poder e há um trecho que me remete ao filme do Masagão:

" As estratégias do poder passam pela captura dos investimentos desejantes: é no nível do desejo que se dá o funcionamento do poder, pois administrar o desejo é fundamental para um sistema totalizante. Por ser uma condição indispensável para o funcionamento do poder da máquina capitalista". (AGUIAR, Leonel Azevedo. A amizade filosófica entre Deleuze e Foucault: questões em torno da noção de poder).


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