agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

sábado, maio 21, 2011

Obscenas Audiovisuais

Em nossos últimos encontros coletivos assistimos dois documentários muito interessantes: Lissandra levou "Noivas do Cordeiro" (2008) do Alfredo Alves e Joyce nos presenteou com a exibição de " A Negação do Brasil" (2000) do Joel Zito Araújo.

O primeiro fala de uma comunidade na região de Belo Vale/MG onde um grupo de mulheres se organizou para poder se defender dos preconceitos e hipocrisias de uma pequena sociedade mineira. Mostra como o poder pode circular, e como na auto-gestão, na horizontalidade, as coisas se transformam e a vida pode se tornar melhor.

Já o segundo documentário trata da questão do ator negro na televisão brasileira. Quanta luta, discriminação e tão poucos avanços! Será que o talento tem cor? Negar a presença do negro nas telenovelas é negar a constituição do povo brasileiro.

Pudemos através desses filmes, discutir um pouco mais sobre as questões das chamadas minorias no Brasil. Falamos de mulheres, homossexuais, pobres, negros etc. O fato é que há muito a se conquistar em nossa sociedade. E o exercício do pensamento aliado ao fazer artístico pode ser um lugar de potência, provocação e transformação.

Na última terça (17/05) participei como convidado da SEMANA FILOSÓFICA DO ISTA que teve no cinema um aliado para a produção e problematização de muitas questões e conhecimentos. Com o título: "LUZ! FILOSOFIA! AÇÃO! A filosofia sob a ótica do cinema" a psicanálise também teve seu espaço e sua voz, e assim pude ser um dos comentadores de dois curtas de animação.

O Backstage teve a exibição de dois curtas: "2004" de Edgard Paiva e "Passado Presente" de Filipe Carrijo. Com a presença dos cineastas pudemos discutir não somente a arte, a filosofia, mas também o espaço urbano. Ambos os curtas trazem referências à cidade ( no caso, um ônibus e uma estação de trem") e falei um pouco da privação da experiência corporal na cidade. Cidade hoje mais de pedra (arquitetura) do que de carne (gente). A solidão, a falta de contato, o fone de ouvido, o isolamento, uma certa falta de sentido de PERTENCIMENTO que nos joga no anonimato e aumenta nossa invisibilidade. Uma cidade narcísica, de pura imagem, espetacular, cidade -outdoor, mas oca e carente de mais vida, contato e encontro.

Como recuperar uma relação ERÓTICA com a cidade que habitamos?

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