agrupamento independente de pesquisa cênica
Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.
São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.
Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.
A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.
sexta-feira, março 21, 2008
Sobre o pseudo
Primeira prática
Findo o ECUM. Atrasado, cheguei correndo. Todos já aquecendo. Corpos espalhados pelo palco. Uma imagem. Patrícia conduziu o primeiro exercício chamado mais ou menos de dança criativa, embora haja dúvida sobre o nome exato da dança. A liberação dos corpos dos movimentos mecanizados e impostos sobre o desejo parecem os fundamentos das ações.
Em seguida, Érica passou a conduzir as dinâmicas narrativas com alguns objetos. Rapidamente, afoitos para mostrar serviço, quase todos nós fizemos imagens, movimentos, falas, discursos, loucuras e ousadias; tudo que atores bons sabem fazer: truques. Eu estava me achando o máximo. Quase gozando com tanta criatividade dentro só do meu corpo. Tudo se transformava, significações reverberavam em cadeias infinitas. Que vergonha!
Depois, Lissandra, (Lica) questionou, colocou em xeque, nossa facilidade em mergulhar nos universos supostamente desconhecidos. Dei uma gargalhada por dentro. É que não existia porra nenhuma de busca do desconhecido naquilo que havia feito. Caminhei por terrenos conhecidos, confortáveis, eu acho. O pior é que por um segundo pensei que tinha arrasado. “É difícil mesmo. Ouso dizer que tem que ser difícil”, disse Lissandra. O enunciado atenta-nos para a importância em cuidar, quase vigiar, nossas ações. Isso também não significa que temos que racionalizar antes de fazer. Mas, caso contrário, correríamos o risco de deixar que o anseio pelo pós nos lançasse num lugar cômodo, mas que, pelo caráter aparente de devaneio, supõe-se inovador. Que medo! Que susto!
Mas como sair do lugar sem perceber que está nele?
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