agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Que relato...!

18/02/2008
Teatro pós-dramático
O contexto político do teatro pós-dramático

Passamos neste encontro por dois pontos relevantes: a discussão acerca do texto do Lehmann e o acerto burocrático sobre os integrantes do projeto “As margens do feminino: tecituras teatrais da beira”.
Nina traduziu o posfácil do livro do Lehmann que, embora contenha pós, não tem nada de fácil. Daí, lemos, como foi acordado na última reunião do grupo.
Iniciamos este encontro com a discussão de perspectivas sobre o texto. Marcelo abriu as discussões. Falamos dos aspectos básicos que configurariam o teatro pós-dramático em termos políticos, segundo Lehmann; a saber, uma verdadeira inteculturalidade que não fosse no fundo somente multiculturalidade; a presença do sujeito, do corpo, no lugar de representação; o processo que substitui um espetáculo final; o teatro como intervenção no imaginário povoado pela ação ostensiva das mídias; agir com intenções transgressoras de ordens sedimentadas, etc.
Embaladas as opiniões, caminhamos para uma conversa sobre o sentido da própria discussão no momento do processo que, por sinal, pareceu muito importante. Pois, no geral, os grupos lêem, apreciam, degustam textos estrangeiros sem pensar no sentido das leituras naquele contexto proposto. Contudo, neste caso, especificamente, muitos integrantes, dentre eles eu, concordamos que a leitura do texto era necessária. Porque, além de servir como reflexão acerca de um trabalho já realizado, longe de intencionar criação de regras, ajudaria a nortear a pesquisa prática a ser desenvolvida. Particularmente, gostaria de dar seqüência nas discussões, ou retomá-la em outro momento com os participantes interessados. Pois, penso que o texto pode colaborar na resolução de questões estéticas, no modo de fazer nossa arte, nas relações quistas com a platéia.
Por exemplo, de acordo com Lehmann, o corpo perfomático se aproximaria mais de uma possibilidade política no fazer teatral do que a mímeses e a representação, por sua vez, ligadas ao drama. O texto e o esboço de personagem que construí em processo durante o ano passado nas pesquisas do grupo Obscena, a meu ver, está ligado à representação mimética de uma certa realidade. Na minha opinião, isso não implica na nulidade do trabalho, nem no abandono total das características escolhidas. Mas, sim, na percepção teórica das possibilidades, na consciência das opções e nas decisões sobre os caminhos a serem trilhados; dentro ou fora das perspectivas visualizadas inicialmente.
Que relato chato! Amém!

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