agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

terça-feira, junho 14, 2016

Vocabulário [hilário] do show SONORIDADES OBSCÊNICAS

Do ANIVERSÁRIO de cinco anos apresentamos agora:
Um confabulário
Um obsceno abecedário
Um pornografário
Anedotário
Incompleto
Incerto
Incorreto
Expressões de um pornocenário
Um sexual inventário:


ALEGRIA: verdadeira política que transforma a vida e o mundo. “É melhor ser alegre que ser triste”.


ANTROPOFAGIA: devorar a noite, devorar corpos, alta antropofagia: comer o outro, misturar coisas, inventar possíveis, descolonizar lugares e conceitos.


BAPHO SONORO: diante à ameaça de asfixia, um sopro de vida, baforar, cheiro de boca sedenta, respirar outros modos de ser, estar e existir. Gemer, contrair, gozar, insuflar “ar quente” numa cidade fria.



BOCKET-SHOW: show que é gerado pela boca que produz sons, gemidos, gritos e canções. Performance oral. Performance teatral: mas não é beckett, é bocket. Não é “fim de festa”, é festa o tempo todo, meu bem!!!!


CABARÉ: algo musical, dançante, excitante, pulsante, escaldante, insinuante....


CARDÁPIO: daquilo que se oferece, se pode beber, comer, cantar, nutrir. Quanto mais variado e colorido melhor. Daquilo que fica exposto durante o show, roteiro, nada a esconder.


DIVERCIDADE: de se ver a cidade, diversidade de sons e propostas e desejos.


EXPERIMENTAÇÃO: o tempo todo, sempre, motor do acontecimento.




ÊXTASE: se perder, se encontrar, abandonar, corpo em vida, ritualizar a existência, celebrar os encontros.


FESTA: a grande busca, a instauração, o ócio, o desregramento, a linha de fuga para dias tão difíceis, a afirmação da existência, uma política que afeta, congrega, junta e mistura as diferenças.


GRUTA: nosso espaço, escura, úmida, misteriosa, tem que adentrar nela para se sentir o que é.


INÊS BRASIL GAMESHOW: graças a Deus, aos deuses, meus irmãos, essa noite pró- METE!


INFESTAÇÃO: contaminação, multidão, festa em ação, proliferação, estado de alegria, vida que a(bunda).


JOGOS SENSUAIS DE VERÃO: quanto menos roupa melhor!


MACUMBATUCADA: criamos um terreiro performático, sonoro, africano, ancestral, contemporâneo, poroso, clama forças e renova energias.


PERFORDANCE: corpo que balança, gira, roda, se relaciona, sua, desempenha, se refaz, cansa, potencializa, dança dos nervos, das sensações, das peles.


RYTO PÕE(SIA). Poesia visual, oral, corporal e ritual. Põe vida na vida, coloca fogo no corpo, põe, pão, pau, pêlo, puxa, pega na cintura, põe devagar agora, pula, “pilha humana”, pele arrepia, peste que contamina, poros abertos.


RUA: o que nos move, nos atrai, nos forma, nos des-loca, nos enlouquece, nos coloca em perigo e descoberta, nos traz encontros, nos revela diferenças e possibilidades, nos devora, nos acaricia, lócus para se fazer arte sensível. Dela recolhemos essas sonoridades obscênicas e benfazejas.


TEATRO DE REVISTA:  passar em revista fatos políticos e sociais do momento, mistura de linguagens artísticas, diferentes números e quadros artísticos, tem rebolado, o duplo sentido, a paródia, o sexual, a ironia, o kitsch, o grotesco, o carnavalesco, no final a APOTEOSE.


TRANSA: corpo a corpo, contato, troca, evento, encontro sexual e poético.




TRANSCEDANCE: aquilo que transcende, acende, vai além, transtorna, dança dos sentidos.


TRO(PICA)LIENTE: show tropical, brasileiro, saliente, ardente, gera calor nos trópicos baixos, tem pau-brasil, tem pica-pau.


TUMULTO: arruaça, confusão, caos, desordem, aglomeração. Barulho excessivo. Pode estar nos espaços da cidade. Quando aparece ameaça à ordem e aos bons costumes e a polícia é acionada. Em nosso show ele é sempre bem-vindo, às vezes provocado, já se faz presente nos ensaios de preparação.





VERMELHO: nossa cor predileta. Lembra sangue, paixão, calcinha, batom, coração, motel, intensidade. 

(Imagens da querida Marúzia Moraes)

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