agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

segunda-feira, junho 20, 2011

Salve Padilha e Sonoridades Obscênicas - um retorno ao exercício do prazer.

15 de junho, CCUFMG - Música e Poesia
Recebemos este convite e a experiência nos aguçou: participar de um evento poético musical no qual nossas ações interventivas pelas ruas de bh foram a matéria prima para composição do 'sonoridades obscênicas'.
Clóvis nos incitou com os pontos em homenagem às entidades da rua: OS EXUS E POMBO GIRAS: Zé Pilitra, Tranca Rua e Pombo Gira Cigana... daí em diante nos somamos em nossas obscenidades, a Gruta foi nosso útero, lá onde a boemia exala pelas paredes, onde vários casais já se perderam pelo salão, lá nós nos alimentamos e concebemos esta ação em homenagem ao prazer, às delícias do povo da rua.
Há muito eu não cantava e exercitar minha voz nessa brincadeira foi um TRABALHO! Não só a voz mas a sensualidade e a versatilidade que esta Gira me solicitava. Aliás, já há algum tempo há em mim um mergulho em minha sexualidade/sensualidade, algo delicado que se apresenta como um exercício contínuo de compreensão e generosidade comigo e minhas questões desejos e necessidades.
Também por provocação de Clóvis, na Mostra do Obscena em 02 de junho, executamos a ação 'Salve Padilha' na qual caminhei pelo baixo centro com um longo véu, 7m, de cetim vermelho. Um presente nos foi dado ou o universo em toda sua perfeição nos levou até essa ação, vai saber... mas, ao chegar na Guaicurus fomos surpreendidos por um trio elétrico da CUT que comemorava o dia INTERNACIONAL DAS PROFISSIONAIS DO SEXO. Um pastor falava da história da prostituição, a profissão mais antiga do mundo. Muito eloquente, ele abordou através da Bíblia o valor destas mulheres que desafogam os anseios do mundo.
Postei-me frente a vários 'sobe e desce' ou puteiros e joguei flores para àquelas que lá em cima, de 10 em 10 minutos, acalmam os machos de nossa cidade. Senti-me também invadida, fodida, comida e esporrada, foram muitos e seus cheiros ficaram em minhas narinas, suor sexo porra e uma nota de 10 reais, ou menos... alguns me seguiam meio abobados.

Voltando ao Sonoridades, bom, soltar a voz e a sensualidade foi um exercício du karalho. Desde 2006, quando trabalhávamos um TCC da UFOP, Vozes de Ngoma, uma pesquisa sobre os cantos de terreiros de umbanda e jongueiros do interior do Rio de Janeiro, que eu não cantava...
Este exercício me trouxe um prazer tão pungente que não há mais como negar, preciso soltar a voz soltar soltar soltar... ai que delícia! Salve!

Viva a irreverência, viva o deboche, é preciso cantar por uma vida MAIS GOZOZA!

Viva a anarquia e a autonomia, é preciso ter PRAZER!

Um comentário:

Clóvis Domingos disse...

Erica, você tem razão: prazer é tudo nessa vida!!! Ainda vamos cantar muito nossas sonoridades obscênicas!!!

Viva o Povo da Rua!!!!!