as invasões obscênicas foram uma delícia... ah! festa no boulevard arrudas! ah! simultaneidades das intervenções em cruzamentos na av. santos dumont! e sem sabermos, coincidimos com o dia nacional e internacional das putas! logo ali, na guaicurus o movimento. carro da cut, pastores "contextualizando"... como diz nega regina, a erica: e puta mesmo não tinha quase nenhuma. todas trabalhando!
pois bem. participamos da edição especial de teatro de rua do galpão convida: ocupe a cidade, para a qual foram convidados coletivos de belo horizonte que trabalham com ocupações e intervenções urbanas. nós, do obscena, o pessoal dos conectores e do paisagens poéticas.
propusemos, para esse trabalho, uma ação coletiva - na qual estaríamos todos inseridos: a festa no boulevard, no primeiro dia; e, no dia 02 de junho, a simultaneidade das ações em pesquisa no momento: kaza kianda (saulo salomão e leandro acácio), noiva vermelha: "ave padilha" (erica vilhena e clóvis domingos) e classificação zoológica da mulher (lissandra guimarães e nina caetano). essas, seguidas da proposta levantada por davi pantuzza para uma ação também coletivizada: corpos proibidos.
para a festa, nos propusemos a pegar o metrô, cada um em uma estação diferente, e ir até a estação santa efigênia, onde nos encontramos para fazer a festa a caminho do boulevard arrudas. para o encontro, fomos com roupas de festa, uma taça vazia de champagne e uma lanterna nas mãos e fones nos ouvidos, nos quais cada um ouviu e dançou suas próprias músicas. a dança começou já dentro de cada vagão em que um obscênico estava. dançar sozinho sua música...
acompanhei joyce malta: eu tinha trocado os fones e trazido um que não encaixava no aparelho que eu tivera que usar de última hora. pude, então, fazer seu registro, captar o estranhamento das pessoas - até antes, ainda na plataforma de embarque, quando joyce dançava e cantarolava a música sob a melodia da qual se mexia - o interesse do senhor que a olhava, sua alegria de dançarina.
chegamos à estação de santa efigênia e já estavam lá davi, leandro, clóvis... era interessante perceber
os modos diversos como as pessoas reagiam: muitas das quais se divertindo, claro, mas nem tanto como a gente e também a moça do metrô que bailou com clóvis e lica - que, nessa altura do campeonato, já havia chegado, bem como saulo, erica e matheus silva - e o rapaz que aproveitou o encontro na estação do metrô para curtir a festa conosco, antes de correr a embarcar no seu vagão.
conseguimos aproveitar muito a festa antes dos seguranças se incomodarem conosco. então veio um informar que não era possível "permanecer" na estação do metrô: o lugar tinha sido feito para ser de passagem. era chegar, esperar o seu vagão, pegar e ir embora. não podíamos, portanto, permanecer ali.
interessante regra que não permite ao cidadão ficar em um determinado espaço público de modo ocioso. o espaço público é um espaço de passagem, não de encontro, não de festa.
era festa! seguimos, então, com nossa festa para a passarela de santa efigênia e de lá para o bairro, por onde caminhamos até chegar à praça floriano peixoto. no caminho, estouramos champagne e também brindamos com água. dançamos, cantamos, namoramos. em nossa festa ambulante...
no caminho, algumas pessoas foram se integrando à nossa ação. de cara, nossos convidados: nildo monteiro e cláudio márcio. logo seguidos por sabrina e bete, que já estavam conosco no metrô.
no caminho, muitos encontros transitórios, com transeuntes como as pessoas do metrô ou os rapazes da praça que nos apresentaram músicas de um mc de bh.
a festa foi uma delícia. e, com certeza, essa foi só a primeira.
Um comentário:
Nina, muito bacana o teu relato. Estamos num momento de muita produção e criação, e isso é ótimo. A festa só está começando!!!!
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