Foto: Whesney Siqueira
Entre a casa e a rua, eu quero a rua!
A noite nua, o frio. O chuvisco.
Fazer arte correndo risco...
De nem ser arte. De nem ser nada.
De ser apenas uma trepada com a vida. Com o perigo.
Uma foda interrompida por um transeunte amigo que me cobra: mas isso aí é que é a tua obra? Sem palco, na rua? Sem moldura?
É uma cidade que a gente procura.
Numa outra configuração: cidade... diversidade. Diversão!
Foto: Whesney Siqueira
Mas cadê a cidade? Cadê a rua, se tá tudo controlado?
Sorria, você está sendo filmado!
Ainda temos espaço público? Ou esse já está privatizado?
Consuma! Consuma! Consuma!
Ou então: suma!
Somos corpos proibidos! Todos nós: somos corpos proibidos.
Então fica decidido: façamos da rua a nossa casa!
Sem grade, sem grua. Porque eu quero é botar o nosso bloco na rua!
Foto: Whesney Siqueira
(texto de Clóvis Domingos)
Eu quero é botar meu bloco na rua (Sérgio Sampaio)
Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Um comentário:
Valeu, Ninon!!! Acho que nesse texto, eu tento dizer um pouco do que fazemos, pensamos e acreditamos...
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